Os trabalhadores metroviários de São Paulo aprovaram estado de greve a partir desta quarta-feira (01). Segundo o sindicato da categoria, a paralisação é contra a tentativa de retirada de direitos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) em discussão com a estatal e com o governo do estado.
O Sindicato dos Metroviários afira que o Metrô enviou uma carta com propostas que pretendem reduzir o valor das horas extras de 100% para 50%, diminuir de 50% para 20% o adicional noturno, acabar com o adicional de risco de vida, com o auxílio-transporte, a complementação salarial para afastados por auxílio-doença e acidente de trabalho, entre outros benefícios.
“O pacote de maldades é ainda maior com a nossa categoria porque somos essenciais neste momento de pandemia. Eles se aproveitaram da crise para arrancar vários direitos conquistados há muitos anos, mas já mostramos nossa força nesta assembleia. Os trabalhadores e as trabalhadoras, mesmo assustados e com medo da doença, não vão permitir que tirem seus direitos”, afirmou o diretor do Sindicato, Marcos Freire.
A justificativa apresentada pelo Metrô é de que a companhia passa por um momento de dificuldades financeiras onde apenas 1/3 dos comércios instalados nas estações estão abertos, segundo Freire. Ainda segundo o sindicalista, o Metrô quer pagar o salário reduzido em junho, fazer descontos do salário de maio e já implementar a retirada de direitos no pagamento de julho.
“Os trabalhadores e as trabalhadoras do Metrô têm acesso online à folha de pagamento e viram que o salário de junho já está menor, mas depois da assembleia foi retirado o acesso ao documento. Na reunião, os representantes do metrô disseram que vão descontar uma parte do que foi pago normalmente em maio, que é a data base, e ainda já tirar direitos no próximo mês”, denunciou Freire.
Em comunicado, o sindicato afirma que “os metroviários são trabalhadores essenciais, não pararam durante a pandemia prestando um serviço fundamental à população, especialmente para outras categorias essenciais no combate ao coronavírus”.
“A gente não quer parar e deixar a população na mão, por isso aceitamos negociar. Estamos esperando que o governo se sensibilize e mantenha o nosso acordo como reconhecimento da essencialidade do nosso serviço neste momento tão difícil que estamos passando”, completou Marcos Freire.
Os trabalhadores ostentam adesivos e botons nas áreas operativas e uso de adesivos nas áreas de manutenção e administração desde segunda-feira (29/6). Uma nova assembleia está marcada para esta terça feira (30).