
O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Rolim, nomeado na quarta-feira (29), disse em entrevista ao Jornal O Globo que o órgão não precisa de novos servidores e descartou a abertura de concurso público.
Defendendo a mesma cartilha do ministro da Economia Paulo Guedes, de desmonte do serviço público e do sistema previdenciário do país, o novo presidente ainda disse que o INSS precisa de menos funcionários do que existe hoje.
Somente no ano passado, mais de 6 mil servidores do órgão se aposentaram e não houve nenhuma nova contratação.
A opinião do novo presidente se dá em meio à crise na autarquia, com fila de quase 2 milhões de pessoas que não conseguem se aposentar ou receber seus benefícios, e o diagnóstico do Ministério Público Federal (MPF) de que existe um déficit de 13,5 mil servidores no órgão.
Segundo Leonardo Rolim, o modelo existente hoje está superado e o que o INSS precisa é de uma mudança no perfil do seu quadro de pessoal e que os funcionários sejam estudados, diante da digitalização do ingresso e do processamento de novos benefícios.
No início do mês, a crise que eclodiu no órgão fez com que o governo anunciasse a contratação de 7 mil militares da reserva como solução para o atendimento à população. A proposta de contratação exclusiva de militares foi contestada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e o governo voltou atrás, dizendo agora que vai contratar também trabalhadores aposentados do INSS.
Com isso, o drama dos aposentados e pensionistas permanece, após um mês, sem solução, pois as novas medidas precisam de edição de Medida Provisória além de outros trâmites que, segundo o próprio Ministério da Economia, deve se estender até pelo menos até outubro.