Os ministros e servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) realizaram, nesta quarta-feira (1º de fevereiro), um “abraço coletivo” no prédio da Corte simbolizando a vitória da democracia contra os ataques terroristas. O dia foi marcado pelas cerimônias de início do Ano Jurídico.
Após a cerimônia principal, que contou com a presença do presidente da República, Lula, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mais de mil pessoas deram as mãos ao redor do STF.
A presidente da Corte, Rosa Weber, e os ministros Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Nunes Marques e Gilmar Mendes também caminharam ao redor do prédio.
Rosa Weber afirmou que o momento é “de reconstrução”, devido aos ataques terroristas que foram feitos no dia 8 de janeiro contra as sedes do STF e do Congresso Nacional e contra o Palácio do Planalto.
No STF, o dano foi estimado em R$ 5,9 milhões, enquanto no Congresso Nacional foi de R$ 6,5 milhões e no Palácio do Planalto R$ 7,9 milhões.
“Há três semanas o emblemático prédio histórico onde nos encontramos, as instalações do Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, sedes dos três pilares da democracia brasileira, foram alvo de ataques golpistas e ignóbil, dirigidos com maior virulência contra esta Suprema Corte seguramente porque ela, ao fazer prevalecer em sua atuação jurisdicional a autoridade da Constituição, se contrapõe a toda sorte de pretensões autocráticas”, discursou Weber na abertura do ano jurídico.
“Assevero, em nome do Supremo Tribunal Federal, que, uma vez erguida da justiça a clava forte sobre a violência cometida em 8 de janeiro, os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que a financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas”, continuou a presidente do STF.
O presidente Lula aproveitou para ressaltar “o papel decisivo do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na defesa da sociedade brasileira contra o arbítrio”. Ele contou que ficou “profundamente indignado” com a destruição causada pelos bolsonaristas.
“Mais do que um plenário reconstruído, o que vejo aqui é o destemor de ministras e ministros na defesa de nossa Carta Magna. Vejo a disposição inabalável de trabalhar dia e noite para assegurar que não haja um milímetro de recuo em nossa democracia”, acrescentou.
Já o presidente reeleito do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), falou que “o autoritarismo de uma minoria inconformada e hostil buscou nos ameaçar e tomar de assalto a democracia. Não conseguiram. Os Poderes da República resistiram. O Poder Judiciário mostrou a força de sua resiliência. Não irá vergar com intimidações. A República Brasileira demonstrou a sua importância e que prevalecerá”.
O Supremo Tribunal Federal lançou nas redes sociais a hashtag #DemocraciaInabalada. Em um vídeo, mostrou cenas da invasão dos golpistas e também o trabalho dos servidores para reconstruir o prédio público.
“A Constituição segue preservada. A Justiça segue resguardada. A cidadania segue respeitada. A democracia segue inabalada”, diz o vídeo.