
Após pressão dos trabalhadores, a Caoa Chery suspendeu a demissão de cerca de 480 funcionários na fábrica de Jacareí (SP). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, a empresa aceitou a proposta apresentada pela categoria de estabelecer um programa de suspensão temporária de contratos, o chamado lay-off, aprovada em assembleia, na última quarta-feira (11).
O programa deve ter duração de cinco meses e começa a partir de 1º de junho, com a garantia de estabilidade por mais três meses. Com o acordo, os 480 empregos estão garantidos até janeiro. Durante o período, os trabalhadores devem receber seus salários integralmente, com parte da remuneração paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
De acordo com o sindicato, com base nos dados são do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), se a empresa concretizar os planos de demissão dos 480 trabalhadores diretos, o município de Jacareí perderá cerca de R$ 53 milhões em massa salarial circulando na cidade. No setor de autopeças, o impacto deve ser de R$ 37 milhões.
O sindicato afirmou, em comunicado à categoria, que protocolou uma proposta de projeto de lei na Câmara Municipal de Jacareí para proibir o fechamento da montadora. “A suspensão das demissões foi uma grande vitória até agora e mostra o quanto é importante a luta dos trabalhadores. Não se pode simplesmente aceitar a imposição dos patrões. Agora vamos dar um novo passo e exigir a permanência da Caoa Chery em Jacareí. Os interesses dos patrões não podem ser colocados acima do bem coletivo. Por isso, estamos iniciando uma campanha nacional contra o fechamento da montadora. Também defendemos a estatização da fábrica”, afirma o presidente do sindicato, Weller Gonçalves.
Para a entidade, “campanha contra o fechamento da fábrica inclui, principalmente, pressionar os governos federal, estadual e municipal para que proíbam o fim das atividades na cidade.”