O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Polícia Federal (PF) e autorizou a abertura de um inquérito contra a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT).
A deputada foi apontada como organizadora e financiadora de ônibus para o ato golpista do 8 de janeiro, que vandalizou as sedes do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.
Moraes determinou a realização de diligências pela PF para a apuração dos fatos.
Em depoimento, a aposentada Gizela Cristina Bohrer, residente em Barra do Garças (MT), disse à PF que viajou a Brasília em um ônibus organizado pela deputada Coronel Fernanda e outros dois políticos do Estado.
“Os três coordenam grupos de WhatsApp e organizam caravanas para Brasília já há dois anos; que tais caravanas tinham por objetivo o apoio ao então presidente Bolsonaro, tais como fizeram por ocasião dos desfiles de 7 de setembro e 15 de novembro de 2021 e 2022”, contou Gizela à PF.
“Todo mundo que vem nesses ônibus vem de graça e recebe todas as refeições de graça”, afirmou.
Outros dois bolsonaristas suspeitos de participarem da organização dos atos também são alvos do pedido de investigação: a candidata a deputada federal Analady Carneiro (PTB-MT), que não foi eleita, e o candidato a deputado estadual Rafael Yonekubo (PTB-MT), suplente.
Coronel Fernanda é primeira deputada alvo de inquérito por envolvimento na organização dos atos do 8 de janeiro.
A deputada bolsonarista tem feito visitas às presas em Brasília e também tem acompanhado a soltura de algumas golpistas.
Ela esteve na porta do Cime (Centro Integrado de Monitoração Eletrônica) para recepcionar a liberação de algumas dessas detentas que participaram da tentativa de golpe de Estado.
O STF já abriu inquéritos para apurar as denúncias de incitação aos atos golpistas os parlamentares André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP).
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