Moraes dá 48h para Bolsonaro explicar ameaças contra servidores da Anvisa

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Nelson Jr - SCO - STF

Depois que o mandatário pediu os nomes do servidores da Anvisa que aprovaram a vacina para as crianças, seus seguidores intensificaram as ameaças pelas redes sociais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 48 horas para Jair Bolsonaro prestar esclarecimento sobre sua fala de que queria “divulgar o nome” dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) envolvidos na liberação da vacinação contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

Durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro disse que pediu “extraoficialmente o nome de quem autorizou a vacina” e que queria “divulgar o nome dessas pessoas”.

Alexandre de Moraes assinou, na quarta-feira (22), o despacho dando 48h para que Jair Bolsonaro se pronunciasse sobre o caso, o que ainda não aconteceu.

Moraes também pediu para que o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, explique os fatos ocorridos.

A determinação é um encaminhamento do pedido de investigação feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Pandemia.

Contrários à vacinação, Jair Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, têm feito de tudo para impedir com que as crianças possam se vacinar contra o coronavírus.

Apesar da autorização da Anvisa, baseada em estudos e pesquisas científicas, o Ministério da Saúde ainda não liberou que as crianças se protejam contra a Covid.

Depois da fala de Jair Bolsonaro, seus seguidores intensificaram as ameaças aos servidores da Anvisa pelas redes sociais. A Agência pediu proteção policial para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e Polícia Federal.

No documento enviado aos órgãos, a Anvisa pediu, “com urgência”, “proteção policial aos citados agentes públicos e suas famílias a fim de salvaguardar a sua integridade física e psicológica diante da gravidade da situação enfrentada”.

“Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos Diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”, continuou.

A própria Anvisa pediu uma investigação sobre a origem dos ataques e ameaças que seus trabalhadores têm sofrido.

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