Um adolescente de 16 anos identificado como Carlos Gregorio Hernandez Vasquez, da Guatemala, morreu na segunda-feira (20) sob custódia das autoridades de imigração dos Estados Unidos, após ter sido detido por entrar ilegalmente ao país pela fronteira que une o México com os EUA no Estado do Texas. O rapaz ingressou nos Estados Unidos “buscando sua reunificação familiar”.
O jovem tinha sido diagnosticado com uma gripe, de acordo com a agência Associated Press, e foi encontrado sem vida pelas autoridades no centro de detenção de migrantes em que estava preso, quando procediam a uma inspeção de rotina.
Trata-se do quinto menor de idade, todos eles guatemaltecos, que morre desde dezembro após ser detido pela Patrulha Fronteiriça e o segundo no mês de maio. Os primeiros casos ocorreram no dia 8 de dezembro com a morte de Jakelin Caal, de sete anos, e de Felipe Gómez Alonzo, de oito, que faleceram em um hospital dos Estados Unidos sob detenção federal após atravessar a fronteira com seus familiares.
O setor do Valle del Río Grande — onde esteve este adolescente— é o que está recebendo o maior número de imigrantes indocumentados que vêm da América Central fugindo da violência, do desemprego e da pobreza em seus países, com a ilusão de que nos EUA teriam melhores condições de vida. Só em abril, detiveram 101.857 famílias nessa área, o que representa um incremento de 238% nas prisões em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Oficiais do governo norte-americano admitiram que Carlos Gregorio não recebeu atendimento hospitalar. Há a suspeita de que ele contraiu o vírus H1N1, mas a causa da morte não está confirmada, as autoridades não disseram quais sintomas ele apresentou.
“O governo de Guatemala lamenta o falecimento deste jovem, apresenta suas condolências à família e solicita que de maneira urgente às autoridades estadunidenses se pronunciem sobre a causa de morte e se deduzam as responsabilidades que exige o caso”, assinala comunicado do governo do presidente Jimmy Morales que tenta se distanciar do episódio. Na Guatemala estão marcadas as eleições presidenciais para o próximo 16 de junho e Morales está sob várias acusações de corrupção envolvendo inclusive seu filho e seu irmão.
Perguntado sobre o assunto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a oposição de se recusar a aprovar leis que evitariam mortes do tipo.
“Os democratas estão tornando as coisas muito, muito perigosas para as pessoas porque eles não aprovam simples e rápidas leis, de 15 minutos, sobre as quais poderíamos ter trabalhado”, afirmou.
Agentes de fronteiras detiveram Carlos há uma semana após cruzar ilegalmente o Rio Grandem sem os pais ou outro adulto o acompanhando. Ele ficou abrigado em um centro de custódia na cidade de McAllen. O local, um antigo armazém, recebe centenas de menores e adultos que atravessam a fronteira entre EUA e México.
A morte do jovem gerou protestos de ativistas contra a política de imigração de Donald Trump. Afinal, ele passou mais de seis dias detido – até as desumanas normas vigentes estabelecem um máximo de três dias de detenção.