
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou nesta quinta-feira (24) que o projeto de impunidade aos envolvidos no 8 de Janeiro não será pautado.
A decisão anunciada após a reunião de líderes de não pautar o tema frustra o PL de Jair Bolsonaro, que vem pressionando pela impunidade dos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes, pretendiam derrubar a democracia e assassinar autoridades.
O deputado Hugo Mota consultou os líderes na noite dessa quarta-feira (23), logo após o jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o projeto. Ele teria consultado os líderes e ouviu dos chefes das bancadas que, a despeito de o requerimento de urgência contar com a adesão da maioria dos deputados, o projeto dividiria a Câmara e geraria uma nova crise institucional entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a ameaçar Hugo Motta e dificultou ainda mais as coisas para o projeto. Na noite da quarta, o bolsonarista disse que se o presidente da Câmara não pautasse a urgência da anistia, significaria um rompimento com o maior partido da Casa. Também afirmou que a sigla, caso contrariada, monopolizaria todas as emendas de comissão.
A trava ao projeto da impunidade, além de uma vitória para o STF, também é considerada um trunfo para o governo Lula. O presidente tem criticado essa ideia, pois o PT e os partidos aliados consideram que é contrária à democracia, mas também porque temem um eventual uso do perdão para o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030 e também alvo de um inquérito na Suprema Corte sobre a tentativa de golpe de Estado.