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O Ministério Público investigará empresas que oferecem o envio em massa de mensagens de Whatsapp nas eleições municipais e a extração de dados dos usuários de Facebook e Instagram, práticas que estão proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
O procedimento de investigação foi aberto pelo Ministério Público das 1ª e 2ª zonas eleitorais, de São Paulo.
Uma reportagem da Folha de S.Paulo, veiculada na terça-feira (6), mostrou que pelo menos cinco empresas estão oferecendo números de Whatsapp de pessoas de diversas cidades, inclusive com a especificidade de bairro.
Uma resolução do TSE, baixada em 2019, diz que esse tipo de prática é ilegal. O uso massivo do Whatsapp em campanhas está limitado aos cadastros feitos pelo partido, candidato ou coligação e com o consentimento do usuário.
O promotor de Justiça da 1ª zona eleitoral de São Paulo, Fabio Bechara, que é responsável pela área de crimes eleitorais, apontou que “queremos alertar todos os partidos de que isso implica multa e, em última instância, ação eleitoral por abuso de poder econômico”.
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Uma das empresas que oferece o serviço ilegal, a BomBrasil.net oferece 20 mil números de celular por R$ 1.800,00, mas orçamentos maiores podem ser feitos.
A empresa também se utiliza de uma ferramenta que obtém números de celular registrados no sistema do Instagram, chamado “raspagem”. A ferramenta permite que você encontre o número de pessoas engajadas em determinadas causas através do uso de hashtags.
As empresas ainda oferecem serviços de mensagens no próprio instagram e de comentários automáticos nas publicações do candidato.
As empresas que fazem disparos em massa ilegais têm programas que driblam o filtro de spam ou o detector de robôs das plataformas.
A fim de não levantar suspeitas, esses softwares fazem o envio num ritmo parecido com o de um humano, e não de forma ininterrupta, por exemplo, típica do robô.
Em outros casos, o programa pode fazer um rodízio de perfis, para não concentrar os disparos sempre nos mesmos.