
Uma multidão comemorou em Damasco o fracasso do ataque militar dos EUA e seus vassalos na madrugada de sexta-feira para sábado, com bandeiras sírias e russas. O ataque foi imediatamente condenado pela Rússia, China e outras nações soberanas, como uma “violação da Carta da ONU e da lei internacional”. Como denunciou o presidente russo Vladimir Putin, trata-se de “um ato de agressão contra um país soberano que está na vanguarda da luta antiterrorista”.
Além de ilegal sob a lei internacional, a agressão militar contra a Síria também é ilegal sob as leis dos países que a executaram, por não haver ocorrido qualquer votação de autorização no parlamento. O ataque foi realizado praticamente no dia em que a OPAQ – agência da ONU à qual cabe investigar – iria iniciar seus trabalhos. Portanto, um ataque realizado sem qualquer investigação e sem sequer provado que houve o chamado ‘incidente químico de Guta”. Para os governos em crise de Trump, May e Macron, qualquer coisa serve para desviar a atenção da degringolada de seus mandatos.
Também o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu que “todos” tinham de respeitar a “Carta da ONU”, e pediu que se evitasse que a situação “saísse de controle”. Moscou havia advertido que, caso suas forças fossem atacadas na Síria, derrubaria “mísseis e lançadores”.
A Rússia acusou expressamente o serviço secreto inglês – ao qual é ligada a pseudo-ong humanitária “Capacetes Brancos” pela provocação. Na véspera, o chefe do Pentágono, ‘Mad Dog’ Mattis, havia dito que “não tinha provas” do terreno, só o que estava nas redes sociais. E Macron tirara um selfie com o príncipe ditador da Arábia Saudita, com as criancinhas do Iêmen ao fundo.
O general russo Sergei Rudskoi realizou uma avaliação do ataque. De 105 mísseis agressores, a defesa antiaérea síria derrubou 71[com meios da era soviética]. Ao contrário do que disse Washington, de que só foram alvejados ‘centros químicos’ sírios, a maior parte dos mísseis foi contra cinco aeroportos militares, mas os mísseis foram abatidos quase todos. A aviação inglesa disparou oito mísseis. Os radares russos não conseguiram detectar nenhum avião francês – talvez tenham se perdido no caminho. Na segunda-feira, a aviação síria já estava operando normalmente. Rudskoi também disse que o ataque poderia levar Moscou a reavaliar e vender o mais moderno sistema S-300 para a Síria “e outros países”.
Manifestantes contra a agressão ianque foram às ruas nos EUA, Inglaterra, Turquia e outros países. No Conselho de Segurança de emergência convocado por solicitação da Rússia, um duro embate opôs, de um lado os altivos Vassaly Nebenzia (Rússia), Bashar al Jaafari (Síria), e a garota de recados da plutocracia norte-americana, Nikki Haley.
“Vocês estão derramando lágrimas de crocodilo a respeito do sofrimento dos cidadãos inocentes. Vocês não estão interessados de fato no sofrimento deles. Vocês só estão piorando a situação humanitária. Em 24 horas vocês podem acabar com o conflito na Síria. Para isso, Washington, Londres e Paris só têm que ordenar que os terroristas escolhidos à mão parem com os ataques contra o seu próprio povo”, afirmou Nebenzia.
“As mentiras não valem nada. Não servem a ninguém. Servem apenas àqueles que mentem uma vez. Quando passam a ser repetidas, essa pessoa que mente apenas reforça a ideia de que é um mentiroso. Seus mísseis, aviões e bombas não vão enfraquecer a nossa determinação de derrotar e destruir os terroristas. Isso não vai impedir que o povo sírio decida o seu futuro político sem intervenções estrangeiras”, afirmou Jaafari. E concluiu: “Tenho três cópias da carta das Nações Unidas e pediria que distribuíssem a essas delegações, talvez para lançar alguma luz. Que os ilumine e que eles acordem da sua ignorância e da sua tirania.”