A convenção do PMDB paulista, que oficializou a candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo, escondeu como pôde a imagem de Michel Temer no evento. E nem áudio e vídeo houve.
A convenção do PMDB foi realizada no Clube Sírio, no sábado (28). Skaf – presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) – estava acompanhado de Henrique Meirelles, candidato do Planalto e do partido à Presidência da República.
Nem Skaf, nem Meirelles citaram Michel Temer em seus discursos. No salão do clube não havia nenhuma faixa mencionando o ocupante do Planalto e pré-presidiário. O governo de Temer é reprovado por quase 100% da população. Ligar a imagem à dele é como cometer suicídio político.
Mas a ausência mais notada foi a da senadora Marta Suplicy. Skaf tentou explicar o sumiço de Marta: “Ela está refletindo e vai tomar uma decisão até a próxima semana. Ela merece nosso respeito. E tem todo direito de pensar, porque quando ela entra, ela entra de cabeça”.
Ele não comentou a ausência de Michel Temer, disse apenas que ele tinha sido convidado. Depois do evento, Skaf não comentou a ausência do nome de Temer, mas disse que ele havia sido convidado. Meirelles também não comentou diretamente a ausência de Temer. Meirelles também não explicou a falta do seu padrinho.
Meirelles e Skaf tiveram outras coisas para gastar tempo e se explicarem, como o fato do partido sair sem coligações no estado. Segundo eles, isso é um sinal de que o partido não entrou no tomá lá, da cá com outras legendas e que esse é o jeito moderno de fazer política. Outros diriam também que o mar não está para peixe e alta impopularidade de Temer atrapalha um “pouco”.
O vice líder do governo, deputado Beto Mansur, presente no evento foi mais corajoso e falou sobre ninguém querer citar Temer no evento: “Se fosse por mim, eu citaria o presidente, por tudo o que ele tem feito pelo Brasil. Mas acho natural que não citem, é uma eleição estadual, onde os candidatos precisam ser apresentados”. Pelo visto, ele também não citou Temer apesar do seu destemor pessoal. Fica na entrelinha que houve um amplo acordo para não falar de Temer, e ele concordou.
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