
Ele rebateu as críticas das milícias bolsonaristas em debate na sexta-feira (06), no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo
“O governo prometeu muito, não entregou. Tinha uma previsão de crescimento de 2,5% e cresceu 1,1%”, afirmou o deputado Rodrigo Maia, em debate na sexta-feira (06) no Instituto Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista.
Maia disse isso ao avaliar o grau de nervosismo que afeta os governistas e em resposta aos ataques que tem recebido de bolsonaristas.
“Cria-se conflitos onde não existe em um País com 11 milhões de desempregados”, disse ele.
“Não queremos um milímetro do que é responsabilidade do Executivo, mas queremos que as prerrogativas parlamentares do Congresso Nacional sejam respeitadas”, frisou o presidente da Câmara, sobre o ato do dia 15 de março, convocado pelas milícias bolsonaristas contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não podemos discutir uma coisa criada para viralizar o ódio, que é essa questão de parlamentarismo branco. Essas teses são criadas para arranjar alvos para que os presidentes da Câmara, Senado e Supremo sejam atacados. Isso só atrasa as soluções”, acrescentou Maia, em entrevista coletiva após sua palestra.
“Não temos os recursos e a estrutura que o entorno do governo tem para viralizar tantas fake news como tem sido feito nas últimas semanas. Desde o início, o entorno do governo tem operado uma estratégia nas redes sociais para colocar as instituições como inimigas da sociedade, o que não é verdade”, destacou Maia.
Rodrigo Maia reforçou a avaliação de que a instabilidade provocada pela insanidade de Bolsonaro afasta investimentos e agrava a crise econômica. “Ontem mesmo”, disse Maia, “recebi um grupo de investidores estrangeiros e faltaram quatro europeus. O líder do grupo disse: ‘olha, infelizmente os investidores europeus foram impedidos de vir ao país por causa do tema da sustentabilidade’. Há um mau humor claro dos investidores em relação ao Brasil por esse tema”, afirmou.
No início de sua palestra, o deputado falou sobre a CPI das Fake News e disse que a tecnologia virou um campo de ataque às pessoas. “Nada disso custa pouco. Um robô custa US$ 12 por mês”. “Eles inventam essas matérias para poder ter alvo. Transformam temas falsos em verdades nas redes sociais para gerar um inimigo contra o governo, como se a gente quisesse tirar as prerrogativas do presidente da República. De forma alguma”, disse o parlamentar.
Maia também não poupou críticas a Augusto Heleno, chefe do Gabinete da Segurança Institucional, que a acusou o Congresso de chantagear o Executivo. Foi após a declaração dele que os atos ganharam força nas redes sociais. Segundo o presidente da Câmara, Heleno deveria ser o “ministro do equilíbrio”, mas se tornou o “ministro do desequilíbrio”.
Durante o debate, o presidente da Câmara também fez comentários críticos sobre a atuação do ministro da Educação, Abrahan Weintraub. “É ruim um ministério daquela importância ser tratado de forma ideológica”. O evento começou com a apresentação de um vídeo da Fundação Fernando Henrique Cardoso que criticou a “onda global de governos autoritários” e pediu “respeito às divergências. Política não é guerra”. Em seguida, FHC disse que o Brasil está em um “imbróglio” e que o País está “sem rumo”. “Quando o presidente não exerce o poder político, outras forças exercem”, afirmou.
Maia afirmou que o Congresso está preocupado com o tamanho da crise. “Em conversa com o presidente Davi (Alcolumbre, do Senado) mais cedo, ele me disse que vai propor – e acho que ele está no caminho correto, já que o governo não propôs – uma reunião da equipe econômica com o Congresso Nacional, para que a gente possa compreender qual o tamanho da crise (econômica) que o Brasil vive e quais os impactos que virão da crise com o coronavírus”, disse.