
“Eu sempre soube a data” do ataque de Israel ao Irã; “Nós sabíamos tudo”, disse Trump sobre o ataque, em entrevista à ABC News
Em artigo publicado no último sábado (14) no site Geopolitical Economy Report, o editor e fundador do site, Ben Norton, revela detalhes da participação de Donald Trump no ataque covarde da ditadura israelense à República do Irã. “Trump apoiou os ataques, enquanto fingia negociações de paz”, aponta Norton, destacando que a guerra contra o Irã “foi feita nos EUA”.
Segundo o jornalista investigativo, “o governo dos EUA apoiou os ataques, fornecendo inteligência e planejamento com Netanyahu”. “Donald Trump cinicamente usou as negociações nucleares com Teerã como cobertura, enquanto supervisionava a operação conjunta EUA-Israel”, denunciou Norton, lembrando que “poucas horas depois de Israel atacar o Irã, Trump disse ao New York Post que havia aprovado o ataque de antemão”.
“NÓS SABÍAMOS TUDO”
“Eu sempre soube a data”, disse Trump. “Porque eu sei tudo. Eu dei [ao Irã] 60 dias e eles não cumpriram. Hoje é dia 61”, acrescentou, referindo-se ao dia 13 de junho. Trump repetiu esses comentários em entrevista à Reuters: “Sabíamos de tudo”, afirmou, revelando que o governo dos EUA estava em constante comunicação com Israel. “Acho que tem sido excelente”, disse Trump sobre o ataque israelense ao Irã, em entrevista à ABC News.
“Enquanto as autoridades dos EUA se reuniam com seus colegas iranianos para discutir um novo acordo nuclear (depois que Trump rasgou unilateralmente o anterior), Washington e Tel Aviv planejavam secretamente a operação. Trump deu pessoalmente ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, luz verde para lançar os ataques”, prosseguiu Ben Norton.
EUA ENVIOU 300 MÍSSEIS
O jornalista apontou, ainda, que apenas três dias antes do ataque, o governo Trump enviou a Israel 300 mísseis Hellfire. Este fato foi admitido por autoridades americanas ao Middle East Eye. Esses mísseis dos EUA foram usados para matar autoridades iranianas.
O Wall Street Journal resumiu a estratégia cínica do governo Trump: “A diplomacia dos EUA serviu de cobertura para o ataque surpresa israelense“. Trump alegou falsamente que queria a paz com o Irã, e autoridades dos EUA participaram de cinco rodadas de negociações com Teerã. O sexto deveria ser realizado em Omã em 15 de junho.
Essas negociações visavam intermediar um novo acordo nuclear com o Irã. Em 2018, durante seu primeiro mandato como presidente dos EUA, Trump retirou-se unilateralmente do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), que havia sido assinado no direito internacional em 2015 e endossado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
ARMA MORTAL
No entanto, o Wall Street Journal observou que as negociações de má-fé de Trump sobre um novo acordo “acabaram sendo a cobertura perfeita para um ataque surpresa israelense“. Foi assim que a mídia israelense descreveu o esquema dúbio de Trump: “Os EUA participaram de uma campanha massiva para acalmar o Irã e fazê-lo pensar que um ataque não aconteceria imediatamente”.
Horas depois de Israel atingir Teerã com mísseis dos EUA, em 13 de junho, Trump acessou seu site Truth Social, onde se gabou de que “os Estados Unidos fabricam o melhor e mais letal equipamento militar em qualquer lugar do mundo, de longe, e que Israel tem muito dele, com muito mais por vir – e eles sabem como usá-lo”.
Trump escreveu que algumas autoridades iranianas “falaram bravamente, mas não sabiam o que estava prestes a acontecer. Eles estão todos MORTOS agora, e só vai piorar!” O presidente dos EUA referiu-se a esses ataques israelenses que estava patrocinando como uma forma de “massacre”, ameaçando que “os próximos ataques já planejados [serão] ainda mais brutais”.
MARCO RUBIO MENTIU
Norton afirmou que o secretário de Estado e conselheiro de Segurança Nacional dos EUA Marco Rubio mentiu. “Todo esse contexto demonstra que o secretário de Estado e conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Marco Rubio, estava mentindo descaradamente quando afirmou: ‘Israel tomou medidas unilaterais contra o Irã. Não estamos envolvidos em ataques contra o Irã’.
“Isso é simplesmente falso”, disse o jornalista. “O governo Trump estava envolvido na supervisão da operação. O governo dos EUA forneceu a Israel inteligência e apoio logístico, sem mencionar os mísseis, aviões e outras tecnologias militares usadas para atacar o Irã'”, denunciou Ben Norton.
Ben Norton é jornalista investigativo e analista. Ben é o fundador e editor do Geopolitical Economy Report. Ele morou e relatou na América Latina por vários anos e agora mora em Pequim, China.
A reportagem completa está em Geopolitical Economy Report