
A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou a sabotagem de Bolsonaro ao esforço nacional e internacional contra a expansão do coronavírus como um genocídio.
“Gastar milhões de reais em uma campanha publicitária com o mote “O Brasil não pode parar”, que pode acabar incentivando o contágio do coronavírus no momento em que o país mais precisa de recursos para proteger a população, é irresponsável e genocida”, afirmou, em seu perfil no Twitter.
“Os números mostram que podemos entrar em uma curva perigosa de contágio e mortes nas próximas semanas. O governo deveria prevenir a população desse cenário trágico”, acrescentou Marina. “Diante da pandemia, esperamos mais sabedoria das nossas autoridades públicas, mas esse não é o caso do presidente que prefere liderar o país em direção ao abismo, colocando em risco aquilo que temos de mais precioso: a vida”, ressaltou.
Os bolsonaristas estão tentando convencer a população a se aglomerar nas ruas no momento em que a epidemia está prestes a explodir, segundo avaliação de todos os técnicos do Ministério da Saúde. A possibilidade é que haja milhares de mortes caso essa campanha prossiga.
O prefeito de Milão, na Itália, Giuseppe Sala, acaba de se desculpar publicamente por fazer uma campanha semelhante à de Bolsonaro e que levou à morte mais de 4 mil pessoas na cidade. Todos os órgãos de saúde no Brasil e no mundo estão empenhados em impedir a propagação da doença.
“O que aconteceu em Milão, na Itália, é uma lição extremamente dolorosa. O prefeito italiano pediu perdão por não ter entendido a virulência do vírus, ao apoiar a campanha para a cidade não parar, depois da morte de 4,4 mil pessoas”, advertiu Marina Silva. “Existe um ditado que diz: “sábios são aqueles que aprendem com os erros dos outros, estúpidos são os que não aprendem nem com os próprios erros. E os idiotas não aprendem nunca”, completou.