“O verde-amarelo e a vitória em 30 de outubro”, por Carlos Pereira

Lula com a bandeira brasileira (reprodução)

“Os brasileiros, nunca desprezamos a nossa herança – pois seria desprezar o próprio país e sua formação como nação, ainda que em vias de completar a sua libertação do imperialismo”

CARLOS PEREIRA (*)

Temos 200 anos de vida independente.

Existe quem despreze esta herança – que é ainda maior, pois se inicia ainda antes da Independência, desde o nativismo da insurreição contra a ocupação holandesa até a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana de 1817.

Porém, esse não é o caso dos brasileiros, que desenvolveram, após a Independência, o novo que nos conduziu à Abolição, à República e ao nacional-desenvolvimentismo desencadeado pela Revolução de 30.

Os brasileiros, nunca desprezamos a nossa herança – pois seria desprezar o próprio país e sua formação como nação, ainda que em vias de completar a sua libertação do imperialismo.

Derrubamos a ditadura, que interrompera o processo de libertação do Brasil, sob o signo das cores da nossa bandeira.

Tiramos Collor do poder com manifestações de caras-pintadas de verde-amarelo.

Agora, precisamos outra vez libertar a nossa Pátria. Muitos falam do ódio que infecta o bolsonarismo, isto é, os arruaceiros de Bolsonaro. Resta dizer que esse ódio não é diferente daquele que transudava dos hitleristas e outros fascistas.

O fascismo tem como objetivo submeter a Pátria – isto é, o povo – por meios violentos. Daí o seu ódio à nação e ao povo. Alguém chamou o nazismo de besta-fera sedenta de sangue. Sem limites, é assim que ele se expressa.

Portanto, o limite que temos de colocar é derrotá-lo nas próximas eleições. Essa é uma tarefa de todo o povo – isto é, de todos aqueles que se identificam com o verde-amarelo de nossa bandeira.

Bolsonaro é o oposto da Pátria, o inimigo da Nação e do povo brasileiro.

Exatamente por isso, tenta usar os símbolos nacionais para esconder a sua traição, o seu caráter (ou falta de caráter) antinacional, antipopular, antidemocrático.

Chegou a hora de honrar os 700 mil brasileiros que morreram na pandemia por culpa de Bolsonaro. O verde amarelo é do povo. É nosso. É o que nos unifica. A síntese de nossa identidade nacional. Ou, melhor ainda, é a síntese de nossa luta, de nosso programa, de nossa plataforma. Abdicar do verde amarelo – finalmente ficou claro como a água – é colocar em risco a vitória. É se render.

Libertar o Brasil é resgatar nossa bandeira usurpada, vilipendiada e desonrada pelas hordas fascistas. Bolsonaro significa ditadura, submissão servil ao imperialismo, entrega de todo o patrimônio nacional acumulado por séculos a fio por sacrifícios inauditos do povo. Significa entregar a Petrobras, o Banco do Brasil, a CEF, os Correios, os minérios, acabar com a Floresta Amazônica.

Significa se abaixar à ganância do cartel dos bancos, acabar com nossa indústria.

Significa fome, desemprego e morte para nossos filhos.

Derrotar Bolsonaro – isto é, eleger Lula – é a salvação nacional, a democracia, o desenvolvimento, e a esperança de uma vida melhor.

Lula é Brasil.

(*) Carlos Pereira é economista e jornalista, foi secretário-geral da CGTB, é redator do HP e membro da Comissão Política Nacional do PCdoB

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