
Um pedaço da obra do Metrô da Linha 6-Laranja – entre da Ponte do Piqueri e da Freguesia do Ó, no sentido Ayrton Senna, na Zona Norte de São Paulo, desabou abrindo uma cratera na Marginal Tietê, que ficou totalmente interditada, na manhã desta terça-feira, 1º.
O desmoronamento na obra do metrô ocorreu por volta das 08h50min. Parte de uma das faixas da pista local da Marginal já cedeu e há risco de colapso das demais pistas da via.
A Sala de Imprensa da Polícia Militar informou que o Corpo de Bombeiros foi acionado às 08h50 para desmoronamento de obra do Metrô. Não há registro de vítimas.
Segundo a PM, o acidente aconteceu na altura da Avenida Otaviano Alves de Lima, número 10 [veja mapa abaixo]. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que duas pistas da Marginal Tietê sentido Ayrton Senna foram liberadas parcialmente, com controle de tráfego no local.
O Corpo de Bombeiros informou que a escavação atingiu algum rio ou adutora, o que fez com que o túnel escavado ficasse inundado. Segundo a corporação, todos os trabalhadores conseguiram sair do local e ninguém ficou ferido. Ainda segundo os Bombeiros, dois funcionários da obra tiveram contato com a água contaminada e foram socorridos “por precaução”.
De acordo com o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Galli, o vazamento de uma galeria de esgoto causou o acidente. Segundo Galli, provavelmente o solo não suportou o peso da galeria, que passava 3 metros acima da máquina conhecida como “tatuzão” e acabou se rompendo. Uma auditoria será aberta para investigar as causas do acidente.
Ainda de acordo com Galli, o “tatuzão” não atingiu a tubulação.
“Houve o rompimento da galeria [de esgoto] que passa no sentido transversal ao túnel e houve o início de vazamento às 8h21. O solo não aguentou. A tuneladora passava a 3 metros dessa galeria, portanto não houve um impacto da tuneladora com a galeria”, afirmou o secretário de Transportes Metropolitanos Paulo José Galli.
O secretário afirmou também que a falha será investigada. “De qualquer maneira, houve um rompimento, sim, e esse problema tem que ser investigado. Já estamos contratando uma auditoria para identifique exatamente o que ocorreu, os responsáveis para que a gente possa tomar as medidas cabíveis”, explicou.
Segundo o secretário serão realizadas obras no local e a retirada do esgoto que invadiu o túnel e o poço do metrô.
Pelo Twitter, o governador João Doria (PSDB) afirmou que determinou a abertura de uma investigação para identificar as causas do desmoronamento. Ele visitou o local, pouco depois do ocorrido junto às equipes da Sabesp e da Secretaria de Infraestrutura. “Determinei apuração imediata das causas e elaboração de plano da concessionária responsável pela obra, junto à prefeitura da capital, para normalização do tráfego da Marginal rapidamente”, escreveu Doria.
CONSÓRCIO PRIVADO
A obra da Linha 6 – Laranja é responsabilidade da concessionária privada Acciona, que diz apurar o ocorrido. As obras da Linha 6-Laranja começaram em janeiro de 2015, mas foram paralisadas cerca de 1 ano e meio depois, em setembro de 2016, após um problema na Parceria Público Privada firmada entre o governo e o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, mas ficaram paradas por quatro anos após o consórcio privado não dar continuidade à obra.
LINHA AMARELA
Esse não é o primeiro acidente em obras do Metrô na cidade de São Paulo. Em 2007, houve um desmoronamento no canteiro de obras da Linha-4 Amarela, onde estava sendo construída a estação Pinheiros. Esse acidente provocou a abertura de uma cratera de 80 metros de diâmetro próximo da Marginal Pinheiros. Sete pessoas morreram soterradas no desabamento.
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O desmoronamento do túnel em construção da linha laranja do Metro de SP, é reflexo direto do desleixo com que a iniciativa privada trata aquilo que devia ser público e a total ausência do poder público em fiscalizar uma obra desse porte, que deverá servir a já sofrida população de São Paulo.
Ao privatiza-la e não fiscalizar os projetos, a obra no seu dia a dia, a Construtora, o poder público, no caso o governo dória, comete crime, pois os atalhos que a iniciativa privada toma nesse tipo de obra, são os mais variados, visando a diminuição de custos, comprometendo a segurança da obra com consequências que poderão ser fatídicas quando de seu término e sua operação, com desastres que poderão custar vidas.
O Metro de São Paulo, cujos governantes de plantão, que cantam nossa Cidade em verso e prosa, já é uma obra em atraso, muito atraso, fruto também da malversação de recursos públicos, prioridades em políticas publicas, ocasionando sofrimento e desastres como esses que vemos e no Metro já ocorreu em 2017 na linha amarela – marginal de pinheiros – e o caso dos recentes deslizamentos de encostas de morros, levando consigo residências e vidas humanas.
Também, nesses casos os únicos responsáveis pela tragédia, os atuais governantes, culpam as chuvas, o clima e o povo pela tragédia. São tão genocidas quanto o é bolsonaro e sua quadrilha de milicianos!
Engº Celso Soares / SP