
Relator Especial para Pobreza Extrema da ONU, Philip Alston, apresentará em Genebra no dia 18 as conclusões da investigação de 15 dias nas áreas mais destituídas dos EUA
Os EUA, que já era entre os países desenvolvidos o mais desigual e o com menor comparecimento às urnas, está ficando ainda pior sob Trump, com políticas cruéis que o estão tornando “o campeão mundial da desigualdade extrema”, assinalou o relator especial da ONU para Extrema Pobreza, Philip Alston, após percorrer por 15 dias em dezembro algumas das áreas mais destituídas dos EUA. As conclusões serão discutidas no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra no próximo dia 18.
In loco, Alston testemunhou a desumana situação dos sem-teto de Los Angeles, dos negros abandonados à mingua do Alabama, dos paupérrimos mineiros de carvão de West Virginia e da colonizada Porto Rico, que o furacão arrasou. País mais rico do planeta, cuja plutocracia gosta de apresentá-lo como a “terra dos livres”, os EUA são, contudo, nas palavras de Alston, uma “terra de brutais contrastes”.
Um em cada quatro dos 2.208 bilionários do mundo reside nos EUA e, no outro extremo, 41 milhões de norte-americanos sobrevivem como podem na pobreza, dos quais 13,3 milhões de crianças. Quase a metade, 19 milhões, vegetam em pobreza aguda, definida como ter uma renda familiar abaixo da metade da linha de pobreza. Mais de 5 milhões levam uma existência em meio à absoluta privação.
Enquanto Trump alivia os magnatas e corporações de pagar US$ 1,5 trilhão em dez anos, milhões de norte-americanos estão sendo forçados à ruína, cruelmente privados de alimento e outras proteções básicas. “É um ataque que está minando a rede de segurança social para aqueles que não tem como se sustentar por conta própria. Uma vez que você começa a remover qualquer senso de comprometimento governamental, você rapidamente se move para a crueldade”, advertiu Alston.
Alston condenou a política de Trump de passar uma lei que “esmagadoramente beneficia os muito ricos e piora a desigualdade”. Política que parece remover “deliberadamente as proteções básicas dos mais pobres, punir os que não estão empregados e tornar em privilégio até mesmo o atendimento médico básico”.
Os sintomas desse mal estão por toda a parte nos EUA. Os norte-americanos agora vivem menos e têm mais doenças do que os cidadãos de outros países ricos. A taxa de encarceramento dos EUA continua a mais alta do mundo. Os níveis de registro eleitoral estão entre os mais baixos das nações industrializadas – 64% da população em idade de votar, em comparação com 91% para o Canadá e 99% para o Japão.
“Há um ataque em toda a linha contra aqueles que vivem na linha de pobreza ou abaixo dela”. Ele denunciou que essa punição dos mais pobres é baseada na suposição sem fundamento de que eles são preguiçosos, não gostam de trabalhar e se dedicam a fraudar os programas sociais. Caricatura que Alston ouviu repetidamente de autoridades do governo e parlamentares.
Conforme as investigações do relator da ONU, os EUA crescentemente estão se tornando uma aberração na comunidade mundial e que, a menos que mude o atual curso, terminará isolado de todos os outros países desenvolvidos. Em 1980, EUA e Europa estavam empatados em desigualdade – o 1% mais ricos recebia cerca de 10% da renda nacional. Agora em 2017, na Europa, esse percentual cresceu para 12% da renda nacional. Enquanto nos EUA a plutocracia abocanha agora 20%. Quando se considera a riqueza, então …
O relator da ONU também se referiu à hipocrisia de Washington sobre “direitos humanos”. “Os EUA estão sozinhos entre os países desenvolvidos ao insistir que enquanto os direitos humanos são de fundamental importância, não incluem os direitos que guardam contra morrer de fome, morrer por falta de acesso à saúde, ou de crescer num contexto de total privação”.
Alston acrescentou que as tendências em curso nos EUA estão minando a democracia: “o que vemos é a mais baixa participação de votantes entre todos os países desenvolvidos”. “O sonho americano está se tornando na ilusão americana, já que os EUA agora têm a mais baixa taxa de mobilidade social entre os países ricos”. As mazelas do racismo persistem.
Alguns dos números da miséria nos EUA são aterradores: 1,3 milhão de alunos no ano passado eram sem-teto; dos sem-teto, mais de um em cada cinco são crianças. A taxa de mortalidade infantil, de 5,8 mortes por 1000 nascidos vivos, é quase 50% mais alta do que em qualquer outra nação avançada. Como Alston resumiu, “a persistência da extrema pobreza é uma escolha política feita por aqueles que estão no poder. Com vontade política, seria eliminada prontamente”.
O que este idiota não quis falar e que as area de extrema pobreza são exatamente as area de militantes liberais, os quais estão acabando com a California, por exemplo. Também, isto nao e problema do Trump, veja ai o índice de emprego no país depois que o Trump assumiu. Fake news!