Senador da Rede quer convocar o procurador-geral da República, assim que as atividades do Senado Federal forem retomadas, em fevereiro, para que ele explique essa mansidão no processo de investigação contra Bolsonaro, após a CPI da Covid-19, e outros com prerrogativa de foro
“Criminosa leniência”. Assim classificou, na quarta-feira (29), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid-19 no Senado, a postura do PGR (procurador-geral da República), Augusto Aras, após receber o relatório da comissão de inquérito, cujo encerramento ocorreu em 26 de outubro.
Randolfe reagiu à reportagem da revista Crusoé que relata suposta falha técnica nos sistemas do Senado responsável por atrasar o início da apuração pela PGR.
O problema, informa o veículo, supostamente teria feito com que os anexos que embasam a denúncia não chegassem imediatamente a Aras.
“A opção [de Aras] é proteger Jair Bolsonaro dos crimes cometidos”, asseverou o senador.
‘CRIMINOSA LENIÊNCIA’
“Se a fonte dessa informação é a PGR, eu recomendo que o Senhor Augusto Aras encontre outra desculpa para a sua criminosa leniência. Os documentos todos foram entregues no tempo hábil”, escreveu Randolfe nas redes sociais dele.
Leniência é o mesmo que brando, suavidade ou aquilo que é manso e agradável.
“Informo ao Sr. Procurador Geral da República que aguardarei por sua presença no Senado Federal, na reabertura do ano legislativo, para que possa dar explicações sobre suas omissões”, acrescentou.
‘PROTEGER JAIR BOLSONARO’
“Se a intenção do Sr. PGR fosse de fato a apuração e o encaminhamento das investigações, ele poderia ter oficiado diretamente a CPI, que entregaria prontamente os documentos que porventura estivessem faltantes”, enfatizou Randolfe.
Cabe à PGR o eventual oferecimento de denúncia contra pessoas com prerrogativa de foro mencionadas no relatório, como o presidente Jair Bolsonaro e ministros de Estado.
Em outubro, a PGR determinou a abertura de processo preliminar para apurar os crimes imputados ao presidente da República, e a outros 12 investigados com prerrogativa de foro.
Todavia, segundo a cúpula da comissão, a atitude de Aras é insuficiente.