Orlando Silva (PCdoB-SP), deputado federal, disse nas redes sociais que as “ações e omissões criminosas” de Jair Bolsonaro no combate à pandemia custaram “as vidas de 680 mil brasileiros” e que não adianta, mais de dois anos depois, ele falar que foi “aloprada” da sua parte.
Na segunda-feira (12), Bolsonaro comentou sobre o dia, em abril de 2020, que respondeu “não sou coveiro” para um jornalista que o questionou sobre as mais de 2,5 mil mortes por Covid-19 que já tinham acontecido no Brasil.
“Dei uma aloprada, aloprei, perdi a linha. Aí eu me arrependo”, falou Bolsonaro.
Oito dias depois da fala citada, quando mais 2,5 mil brasileiros tinham morrido, chegando a 5 mil, Bolsonaro foi novamente questionado por uma repórter sobre as mortes.
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”, disse.
Em resposta, Orlando Silva publicou: “Lembre-se sempre: a “aloprada” de Bolsonaro na pandemia custou as vidas de 680 mil brasileiros”.
“Não foram só palavras, foram ações e omissões criminosas de um presidente que escolheu abraçar a morte. Jair é desumano!”, assinalou o deputado federal, candidato à reeleição.
Somente depois de dois anos e meio do ocorrido e das falas sobre a morte de milhares de brasileiros, mesmo momento em que está atrás de Lula na disputa pela Presidência, Bolsonaro diz que “não falaria de novo”. Além do mais ainda teve sua sabotagem à vacinação contra a Covid-19, quando se recusou a comprar vacinas. Só permitiu a compra após as denúncias da CPI da Covid e a ação do governo de São Paulo, fechando acordos com os fabricantes da coronavac, da China.
Bolsonaro também falou no podcast que não estava “zombando” de ninguém quando imitou pessoas com falta de ar. Ele fez isso pelo menos duas vezes.
Em entrevista no Jornal Nacional, realizada há três semanas, Bolsonaro negou que tenha imitado pessoas sem ar. A mentira não se sustentou depois que os termos “Bolsonaro falta de ar” foram um dos mais pesquisados no Google.
No podcast que participou na segunda-feira, Jair Bolsonaro voltou a mentir e não mostrou nenhum arrependimento por ter falado para a população brasileira que a cloroquina combatia a Covid-19.
“Eu tomei o remédio. Não vou falar o nome aqui. E no dia seguinte estava bom. Eu acredito que com o que eu fiz divulgando o tratamento precoce, que muita gente, milhões de pessoas dizem que se salvaram graças a isso, porque eu tive coragem de mostrar que tinha uma alternativa que poderia ser realmente boa”, falou.
Não há nenhuma pesquisa feita no mundo que mostre isso. Os estudos mostram, na verdade, que a cloroquina não ajuda em nada no tratamento.
Bolsonaro preferiu fazer propaganda de um medicamento ineficaz do que da vacina. Ele falou que as pessoas poderiam “virar jacaré” depois de serem vacinadas, mas agora jura que isso foi “figura de linguagem”.
A CPI da Pandemia, que investigou a fundo as ações do governo Bolsonaro no combate à pandemia, acusou o presidente de nove crimes, entre eles crimes contra a humanidade e de epidemia.
Os nove crimes são: epidemia, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos, uso irregular de verbas públicas, prevaricação, crimes contra a humanidade, violação de direito social e crime de responsabilidade.