O primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura do Rio na TV Band, realizado nesta quinta-feira 8, ficou marcado pela dobradinha entre os bolsonaristas Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União) contra o atual prefeito e candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD).
Na sua primeira pergunta, Ramagem chamou o atual prefeito de ‘soldado de Lula’ e questionou sobre o programa ‘Centro Presente’, que busca melhorar a segurança pública do município.
Paes respondeu que a Prefeitura atua de forma complementar na área da segurança pública e creditou ao real responsável, que inclusive é do grupo político do governador Cláudio Castro uma “crise na segurança pública do estado”. “Isso [insegurança] é em razão de um grupo político que há seis anos comanda a segurança pública do estado do Rio de Janeiro e é incapaz de dar as respostas adequadas ao problema”, disse.
“A pergunta que eu devolvo ao delegado Ramagem, aliado do governador Cláudio Castro, do ex-governador Wilson Witzel, o que ele acha dessa coisa de indicação política para batalhão, como acontece no governo do seu padrinho Cláudio Castro”, questionou Paes.
Tarcísio Motta (PSOL) abordou o tema saúde questionando para Rodrigo Amorim quais seriam suas medidas para combater a tuberculose no município. Tentando atrair o eleitorado conservador, Amorim se esquivou e levou o tema para drogas.
Insistindo no tema, afirmou que o PSOL defende o “uso da liberação da droga, chegam a defender o uso controlado de crack”. Motta rebateu: “A gente faz uma pergunta séria, nós temos 9.813 ocorrências de tuberculose no último ano e aí vem um candidato que só quer falar da esquerda ao invés de discutir os problemas reais”, disse.
Em um momento de embate com Ramagem, o candidato do PSOL relembrou o posicionamento de Bolsonaro contra a vacina e chamou Amorim de “Padre Kelmon carioca”, em referência ao candidato à presidência em 2022 que fazia dobradinhas com Bolsonaro durante os debates.
“Você é apoiado por Crivella, Eduardo Cunha, você é da mesma turma do Witzel, que sofreu o impeachment por causa de políticas equivocadas na questão da pandemia. E agora parece que até apoio do Padre Kelmon carioca você tem pra ficar fazendo essas dobradinhas”, disse Motta a Ramagem.
Já o candidato Marcelo Queiroz questionou Paes se ele vai continuar prefeito caso seja eleito ou se ele concorrerá ao governo do estado, em 2026. “Eduardo, vai ficar os quatro anos?”, questionou.
“Você sabe bem como eu gosto de ser prefeito, eu vou ficar os quatro anos. Isso é uma enorme honra para mim”, respondeu Paes.
Em outro embate de Tarcísio, ele acusou Ramagem de negacionista e chamou Amorim de “Padre Kelmon carioca”, em referência ao candidato à presidência em 2022 que fazia dobradinhas com ex-presidente Bolsonaro durante os debates eleitorais naquele ano. “Viva o Zé Gotinha! Viva a ciência!”, disse Tarcísio.
Já Ramagem defendeu a atuação de Bolsonaro na pandemia e afirmou que o presidente garantiu vacina “para quem quis”. Ele também afirmou que o ex-presidente olhou para a economia e defendeu que o governo Lula “não sabe cortar gastos, só sabe taxar”.
Veja na íntegra:
PESQUISA ELEITORAL
De acordo com a pesquisa Quaest no Rio, divulgada em 24 de julho, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) tem ampla vantagem na corrida eleitoral. O candidato à reeleição e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49% das intenções de voto, no cenário com todos os pré-candidatos testados pelo instituto.
Aparecem em seguida os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), nome de Jair Bolsonaro (PL), que tem 13%, e Tarcísio Motta (PSOL), que soma 7%. Já em um cenário com menos candidatos, que repete o do levantamento anterior, Paes permanece na liderança, com 52%.
Na amostra com maior número de nomes, Cyro Garcia (PSTU) e Rodrigo Amorim (União) somam 3% cada. Já Juliete Pantoja (UP) e Marcelo Queiroz (PP) têm 2%, enquanto Carol Sponza (Novo) e Dani Balbi (PCdoB) obtêm 1% cada. Intenções de votos em branco, nulo e eleitores que não pretendem comparecer às urnas chagam a 15%. Os que se dizem indecisos são 4%.
O mesmo levantamento aponta que o índice de eleitores que consideram a gestão de Paes positiva subiu de 35%, na pesquisa anterior, em meados de junho, para 45%. Já os que avaliam o governo Paes como negativo recuaram de 24% para 18% em um mês, enquanto a faixa que vê seu mandato como regular passou de 38% para 35%.