Desta vez o “plano” é contratar um empresa de ponta para “auditar” o processo. Tudo pago com fundo eleitoral, ou seja, com dinheiro do povo. Os militares não se sujeitaram a fazer esse papel
Depois de tentar inutilmente manipular as Forças Armadas do país para tumultuar as eleições, Bolsonaro agora inventou mais uma palhaçada. Disse que o PL vai contratar uma “empresa de ponta” para fazer a auditoria nas eleições. E ameaçou: “a auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez ela contratada, a empresa já começa a trabalhar”, disse ele, em sua live desta quinta-feira (5).
“A empresa vai começar a trabalhar desde já e se ela, dentro de dias ou semanas disser que as eleições não são seguras, o TSE vai ter que aceitar”, afirmou. Ou seja, ele quer substituir o TSE por uma empresa que ele contratar. Como se não houvesse prazos para vistoria e checagem das urnas, todos rigorosamente cumpridos pelos tribunais. E, para justificar o pagamento da empresa, disse que era para garantir a posse de Lula. As pesquisas dizem que o Lula tem 40%. Quero garantir a eleição do Lula”, acrescentou.
É claro que o que se esperava dele neste momento não era nada disso. Não era empresa de auditoria coisa alguma. A auditoria que o povo quer é na escalada descontrolada de preços dos alimentos e da gasolina. A inflação está martirizando a população do país, mas Bolsonaro só pensa em campanha política, em agredir seus adversários e em como atacar a urna eletrônica.
Isso tudo que ele faz contra as urnas eletrônicas não passa de encenação golpista para criar um clima de desconfiança contra a democracia. Ele inventa fraudes inexistentes. Não houve nada de fraudes nas eleições desde a implantação do sistema eletrônico de votação no Brasil.
Ou seja, Bolsonaro literalmente não governa o Brasil. Enquanto ele fica o tempo todo fazendo essas encenações contra as eleições, a Petrobrás mantém a política criminosa de dolarizar os preços dos combustíveis, extorquindo os consumidores e obtendo lucros astronômicos, em grande parte distribuídos aos acionistas.
O “mito” resmunga, diz que os lucros são um “estupro” mas não faz absolutamente nada. Entra presidente e sai presidente da empresa e os preços continuam subindo. O Brasil tem um das gasolinas mais caras do mundo. No conjunto de países da OCDE, o Brasil é terceiro em inflação alta.
Se ainda fosse só a gasolina e o gás de cozinha que estão aumentando já seria grave, mas os preços sobem generalizadamente, principalmente os alimentos. Oito em cada dez produtos pesquisados pelo IBGE, tiveram aumentos. É o chamado índice de difusão da inflação, que mede a quantidade de produtos e serviços que subiram no mês em relação ao total de itens pesquisado pelo IBGE, saltou para 78,7% em abril, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15, que é considerado a prévia da inflação oficial do país.
Sobre isso não se ouve nada da parte de Bolsonaro. Sobre a destruição dos estoques reguladores do país, durante seu governo, ele não dá nenhuma justificativa. Sobre o fato dos produtores preferirem exportar por causa da queda do real ou cobrar em dólar quando põe seus produtos no mercado interno, ele também não tem opinião.
Sua ideia fixa é tumultuar as eleições. Quando é obrigado a falar alguma coisa sobre inflação, põe a culpa em todo mundo, no Putin, nos governadores, em São Pedro, no STF. Ele nunca tem culpa de nada.
A última escalada golpista de Bolsonaro, ao indultar um deputado fascista condenado por ameaçar de morte os ministros o do STF um dia depois de sua condenação, acabou se esboroando com o fracasso das “manifestações” em defesa do marginal, convocados no primeiro de maio. Não apareceu ninguém para engrossar as armações antidemocráticas do Planalto.
Os atos na Esplanada dos Ministérios e na Avenida Paulista no domingo foram dois fiascos completos. E, no final, ainda levou sermões dos presidentes do Senado e da Câmara, além de puxões de orelhas de vários ministros do STF.
Como não deu certo com a agitação nas ruas, ele voltou a falar das Forças Armadas. Disse que elas não vão participar das eleições deste ano apenas como “meras espectadoras”.
É natural, por ter sido afastado das Forças Armadas por indisciplina, que ele não saiba qual o papel dos militares nas eleições. Bolsonaro não sabe que as Forças Armadas sempre atuaram nas eleições brasileiras. Elas nunca tiveram um papel de “meras espectadoras”. Sempre que foram convocadas, garantiram a tranquilidade das votações e a lisura das urnas. A reunião do Ministro da Defesa com ministros das Cortes superiores reafirmaram a participação delas na defesa da Constituição e da democracia.