Um dos costumes mais nojentos dos ladrões agarrados pela Operação Lava Jato era o uso de familiares – em especial, as filhas – para lavar dinheiro sujo.
Começando por Lula, que colocou os filhos no mau caminho, passando por Temer, que implicou diretamente uma das filhas, por Dirceu, que também envolveu uma filha, temos agora o notório Palocci, que lavou dinheiro usando uma filha e uma enteada.
A Lava Jato já bloqueou R$ 80 milhões do ex-ministro favorito de Lula e Dilma e ex-dirigente nacional do PT por décadas. O confisco foi decidido pelo juiz Moro, com exceção dos apartamentos em nome da filha e da enteada, que foram acrescentados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Em 2014, Palocci transferiu para sua filha Carolina Palocci a quantia de R$ 2.858.000,00 (dois milhões e 858 mil reais), em quatro parcelas.
Completadas essas transferências, no dia 04/06/2014, duas semanas depois foi adquirido, em nome de Carolina Palocci, o apartamento nº 51, no Edifício Port de Marseille, na rua Peixoto Gomide nº 1390, em São Paulo, por R$ 2.033.050,00 (dois milhões, 33 mil e 50 reais).
Em 2015, Palocci declarou uma doação para sua enteada, Marina Watanabe, no valor de R$ 1.564.615,08 (um milhão, 564 mil, 615 reais e oito centavos).
A maior parte desse dinheiro – R$ 1.470.000,00 (um milhão e 470 mil reais) – não chegou a entrar em nenhuma conta de Marina. Ele foi direto para a conta do então proprietário do apartamento nº 32, no Edifício Indaiá, na Alameda Sarutaiá nº 96, no Jardim Paulista, em São Paulo (todos esses dados estão no pedido de sequestro dos bens, realizado pelo procurador Januário Paludo, Autos nº 5063590-04.2016.404.7000).
LISTA
Palocci está condenado, até agora, a 12 anos de prisão. Ele era, notoriamente, e com provas abundantes, o operador de Lula junto a Odebrecht e outros grupos.
O que está sendo sequestrado agora pela Justiça é:
1) O apartamento nº 131 do Edifício Dante Alighieri, Alameda Itu nº 593, nos Jardins, capital de São Paulo, comprado por R$ 6.600.000 (seis milhões e 600 mil reais). Valor atual: R$ 11.244.800 (onze milhões, 244 mil e 800 reais).
2) O conjunto comercial 141, com área de 132,850 m2, no Edifício Ciragan Office, Alameda Ministro Rocha Azevedo, 38, Cerqueira Cesar, São Paulo, onde está a sede da empresa de “consultoria” de Palocci, a Projeto – Consultoria Empresarial Ltda.). Valor atual: R$ 1.594.200,00 (um milhão, 594 mil e 200 reais).
3) R$ 61,7 milhões que estavam em aplicações no nome da “Projeto”.
4) Cinco automóveis (três Hyundai em nome de Palocci, mais um Ford Fusion e um Hyundai em nome da Projeto).
5) Dois imóveis em Ribeirão Preto.
6) O apartamento que está em nome de Carolina Palocci.
7) O apartamento que está em nome de Marina Watanabe.
Esses itens somam, aproximadamente, R$ 80 milhões.
No entanto, o roubo de Palocci, até agora detectado, vai a R$ 150 milhões.
Basicamente, corresponde a:
I) Propinas de US$ 20.439.382,16 (20 milhões, 439 mil, 382 dólares e 16 cents), passados pela Odebrecht para obter um contrato da Sete Brasil de fornecimento de sondas à Petrobrás, para o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, de sua propriedade. Nesse caso Palocci já foi condenado a 12 anos, 2 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem, cometidos na época em que era coordenador da campanha, e, depois, ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff.
II) Propinas de R$ 75,4 milhões, que foram repassadas para o PT e lavagem de R$ 12,4 milhões na compra do terreno para o Instituto Lula e do apartamento usado por Lula em São Bernardo do Campo (SP). Neste processo, que ainda será julgado, outro réu é Lula, para quem Palocci, segundo ele próprio, operava.
Os procuradores esperam, dentro em breve, acrescentarem mais R$ 70 milhões ao confisco de Palocci.
C.L.
E assim se formou a sociedade brasileira