O governo de Pernambuco anunciou o envio de 149 concentradores de oxigênio para as cidades do agreste para evitar o desabastecimento. A medida acontece num momento em que municípios registram ameaça de falta de oxigênio para os pacientes.
Os equipamentos serão enviados para 44 cidades, 29 delas no Agreste, para onde serão enviados 99 aparelhos. A destinação do material foi discutida com os gestores municipais em reunião, na última quarta-feira (26.05), e pactuada na Comissão Intergestora Bipartite (CIB) na manhã de hoje.
Os concentradores de oxigênio filtram o ar do ambiente e fornecem apenas o oxigênio “O Governo de Pernambuco tem garantido o fornecimento de oxigênio nas unidades da rede estadual, destinada aos casos mais graves, e também estamos atentos para auxiliar como for possível os municípios, possibilitando que os casos leves sejam absorvidos nos serviços municipais”, explicou o secretário estadual de Saúde, André Longo.
O secretário ressaltou ainda que não há risco de desabastecimento. “Estamos trabalhando em conjunto com os municípios pernambucanos, porque os problemas deles são problemas nossos. Os municípios e unidades que têm tanques de O2 não têm o que temer. Inclusive temos plantas industriais em Pernambuco, responsáveis pelo abastecimento de oxigênio de outros Estados do Nordeste. O problema relatado por alguns municípios está na logística de reabastecimento de cilindros de O2. Neste sentido, oficiamos o MPPE, porque há indícios de interesses comerciais por trás de algumas dificuldades dos municípios”, destacou.
Além dessa oferta de concentradores de oxigênio, já foi realizado contato com o Ministério da Saúde solicitando mais 500 equipamentos, também para distribuição entre os municípios pernambucanos.
Cidades iniciam novas medidas de restrições neste fim de semana
As cidades da Região Metropolitana do Recife e das Zonas da Mata Sul e Norte passam a adotar restrições mais duras nos próximos dois finais de semana e também para feriados. O decreto estadual que tem o objetivo de barrar o avanço da contaminação do coronavírus, é válido para este sábado (29) e domingo (30) e para o próximo final de semana, 5 e 6 de junho.
O Estado totaliza 15.657 mortes pela Covid-19 e um total de 473.326 casos confirmados da doença.
Segundo o decreto, praias marítimas e fluviais, inclusive os calçadões, não poderão funcionar nos sábados, domingos e feriados, no Grande Recife e Zonas da Mata Norte e Sul. No Agreste, a restrição ocorre durante todos os dias.
Os últimos indicadores epidemiológicos apontam que o Agreste de Pernambuco vivencia o pior momento da pandemia de Covid-19. Em análise dos indicadores epidemiológicos da última semana e dos 15 dias anteriores, divulgada nesta quinta-feira (27), a 2ª Macrorregião de Saúde registrou um aumento de 35% em apenas uma semana e de 55% nas últimas duas, nas solicitações de vagas de UTI para pacientes suspeitos ou confirmados para a doença na região.
O cenário na localidade já está repercutindo, inclusive, nas outras macrorregiões. O Estado inteiro notificou, no mesmo período, crescimento de 15% e 18% nas solicitações, respectivamente. “Nenhum sistema de saúde consegue suportar a velocidade de crescimento de demanda que observamos na região nesta última semana”, alertou o secretário de Saúde, André Longo. As análises epidemiológicas apontam, ainda, que, em relação aos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), Pernambuco teve um aumento de 17% nas notificações em uma semana e de 22,5% em 15 dias. No mesmo período, a 2ª macrorregião de Saúde registrou aumento de 20% e 48%, respectivamente.
Longo lembrou que, além do respeito às medidas restritivas, é preciso uma mudança de comportamento da população. “Precisamos reverter esta situação, o que só será possível com o engajamento e conscientização de todos. O curso da pandemia está em nossas mãos. Nossas atitudes serão determinantes para o futuro e o controle da pandemia”, concluiu.
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