
Os petroleiros iniciam uma greve na manhã deste sábado (1), contra o fechamento e as demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobrás no Paraná (Fafen).
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a categoria pede “o estabelecimento imediato de um processo de negociação com a Petrobras”, e reivindica também que a empresa “cumpra de fato o que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho, com suspensão imediata das medidas unilaterais tomadas pela gestão e que estão afetando a vida de milhares de trabalhadores”.
Conforme a Federação, 12 unidades de refino não tiveram a troca de turno, assim como em 4 terminais da Transpetro, subsidiária da Petrobrás que também está ameaçada de privatização.
“Não é coincidência, mas em todas essas unidades há ativos da Petrobras à venda, a exemplo das oito refinarias e dos seus treze terminais da Transpetro, que têm prazo de venda até agosto. Todas as oito refinarias estarão vendidas até esse prazo junto com seus terminais marítimos e terrestres. Estamos falando de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras que fizeram concurso e mais de dez mil trabalhadores terceirizados”, declarou o diretor da FUP, Deyvid Bacelar. Segundo Bacelar, as atividades operacionais foram paralisadas em treze estados.
Os dirigentes da Federação denunciaram que por volta das 22h45 de sexta (31), “a sirene da Fafen-PR foi acionada, em função de um vazamento de amônia, que aumenta a insegurança dos trabalhadores e pode atingir a comunidade de Araucária”.
“O acidente foi provocado pela decisão irresponsável da gestão de parar a caldeira que mantém a fábrica operando e, assim, acelerar a paralisação da unidade, à revelia dos alertas dos trabalhadores, que vêm ocupando há 12 dias a Fafen-PR para evitar o seu fechamento e as demissões que atingirão mil famílias”, afirma a FUP.
O vazamento foi controlado na madrugada, com apoio do Corpo de Bombeiros.
Ainda na sexta-feira um grupo de trabalhadores ocupou a sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, em protesto contra demissões, reivindicando que a direção da empresa volte atrás na decisão de dispensar mais de mil trabalhadores da Fafen.