Associação criminosa, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, incitava prática de crimes contra os poderes do País
A PF (Polícia Federal) realizou, nesta quarta-feira (21), pela manhã, 4 operações. A principal dessas é contra organização criminosa que conseguiu entrar no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), utilizado por diversos órgãos governamentais.
A outra ação tem por objetivo aprofundar investigações relacionadas ao desvio de recursos públicos da covid-19 utilizados para o pagamento às empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas.
A terceira tem finalidade de reprimir crimes relacionados à grilagem de terras do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), tendo sido dado cumprimento a 5 mandados de busca e apreensão nas cidades de Caxias e Timon, no Maranhão.
A última operação é para combater associação criminosa que, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, incitava a prática de crimes contra os poderes constitucionais do País.
OPERAÇÃO DEFESA
Na Operação Defesa foram cumpridos 4 mandados de busca e apreensão em face de empresários e influenciadores digitais residentes em Santarém.
As investigações iniciaram após a obstrução da rodovia BR-163, KM 10, Comunidade Cipoal, em frente ao 8º BEC (Batalhão de Engenharia de Construção), em decorrência da insatisfação de manifestantes com o resultado da eleição presidencial de 2022.
Havia grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a “ilegitimidade do resultado eleitoral e a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito, bem como incentivar as Forças Armadas a abolir o Estado Democrático de Direito”, segundo nota da PF.
OPERAÇÃO GOLD DIGGER
No caso da Operação Gold Digger para desarticular fraudes eletrônicas e no furto de recursos públicos por meio Siafi, estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além de 3 mandados de prisão temporária em Minas Gerais, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, a investigação iniciada após a identificação de desvios de recursos públicos por meio de pagamentos indevidos, revelou esquema de alta complexidade.
Até o momento, foram identificados furtos no montante de aproximadamente R$ 15 milhões, havendo ainda a detecção de tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões.
Para poder receber os valores desviados, o grupo criminoso também se utilizava de contas de intermediários, conhecidos como “laranjas”, que eram posteriormente ocultados por meio de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos.
FORNECIMENTO DE CESTAS BÁSICAS
Na Operação Fames-19, o alvo são empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas entre os anos de 2020 e 2021, utilizando-se do estado de emergência em saúde pública e assistência social.
São cumpridos 42 mandados de busca e apreensão em Tocantins e outras medidas cautelares patrimoniais, todas expedidas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
INVASÃO E LOTEAMENTO ILÍCITO
Na Operação Terra Merx, a investigação levou à identificação de grupo criminoso voltado à invasão e loteamento ilícito de terras do Projeto de Assentamento do Incra – PA Engenho D’Agua, no povoado Brejinho, no município maranhense de Caxias.
O grupo, integrado por pelo menos 5 pessoas, é responsável por promover desmatamento para abertura de vias de acesso e compartimentação do terreno em diversas parcelas.
Conforme perícia e levantamentos já realizados na área, em decorrência da investigação, houve desmatamento de 15 hectares com o propósito de exploração econômica, o que permitiu a ocupação indevida de área de 107 hectares, equivalente a 100 campos de futebol. 1 hectares equivale a 10 mil metros2.
Íntegra da nota da PF relativa à Operação Defesa:
“A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (21/8), a Operação Defesa, visando combater associação criminosa que, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, incitava a prática de crimes contra os poderes constitucionais do País.
Expedidos pela Justiça Federal, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em face de empresários e influenciadores digitais residentes em Santarém.
As investigações iniciaram após a obstrução da rodovia BR-163, KM 10, Comunidade Cipoal, em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção (8º BEC), em decorrência da insatisfação de manifestantes com o resultado da eleição presidencial de 2022.
Durante as investigações, verificou-se que, dentre os manifestantes, havia um grupo organizado com divisão e distribuição de competências para o financiamento, execução e incentivo de ideias que defendiam a ilegitimidade do resultado eleitoral e a prática de crimes que visavam impedir a posse do presidente eleito, bem como incentivar as Forças Armadas a abolir o Estado Democrático de Direito.
Comunicação Social da Polícia Federal em Santarém”