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A Polícia Federal encontrou mais provas do envolvimento do general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente, nos planos golpistas que foram feitos no antigo governo.
Segundo Lauro Jardim, colunista de O Globo, o conteúdo dos aparelhos de um aliado de Braga Netto está sendo analisado pela PF e deve ser enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF) até o fim de março.
As conversas no celular do coronel Flávio Peregrino, que era um “faz-tudo” de Braga Netto no governo, assim como documentos em computadores que foram apreendidos pela PF, mostram o envolvimento do general na trama golpista.
O material “vai confirmar situações que o general tem negado peremptoriamente em seus depoimentos”, descreveu Lauro Jardim.
Braga Netto está preso desde dezembro de 2024 por envolvimento na tentativa de golpe e de assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
No último mês de governo Bolsonaro, o general abriu sua casa para receber os outros membros do grupo que estava planejando os assassinatos. No dia seguinte à reunião, o grupo começou o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que esteve na reunião, confirmou em depoimento que Braga Netto entregou um saco de dinheiro para os militares que executariam os assassinatos. O dinheiro teria vindo “do agro”.
Walter Braga Netto também tentou obstruir as investigações ao buscar informações sigilosas sobre depoimentos da colaboração premiada de Mauro Cid.
Em cima da mesa de um assessor do general na sede do PL, a Polícia Federal encontrou um documento com perguntas e respostas sobre Cid.
Os investigadores avaliam que “foram feitas perguntas a Mauro Cid sobre o conteúdo do acordo de colaboração realizado por este em sede policial, as quais foram respondidas pelo próprio”.