O cineasta e jornalista John Pilger denunciou que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, está sendo “tratado pior que um assassino” na prisão de Belmarsh, em Londres.
Após visitá-lo
recentemente, Pilger, que é australiano como Assange, advertiu sobre a
“deterioração” da saúde dele na penitenciária que é tida como a ‘Guantánamo
britânica’.
Pilger disse temer
por Assange. “Ele está isolado, sob remédios e lhe negam as ferramentas para
combater as acusações falsas de uma extradição dos EUA. Eu agora temo por ele.
Não se esqueçam dele ”, tuitou Pilger.
Em um
desenvolvimento favorável a Assange, um tribunal dos EUA rejeitou processo
civil do Comitê Nacional Democrata (DNC), que o acusava de “conspirar” com a
Rússia no caso dos e-mails vazados das manobras na cúpula do partido para dar a
vitória a Hillary Clinton, em detrimento de Bernie Sanders.
A sentença do juiz
John Koeltl, do Tribunal Distrital do Distrito Sul de Nova York, rechaçou as
acusações de que Assange “conspirou” com a Rússia contra a eleição de
Hillary Clinton, reconheceu seu status como jornalista e editor e rechaçou a
alegação de que a publicação pelo WikiLeaks em 2016 dos e-mails vazados era
“ilegal”.
Sentença que sofreu
um apagão quase completo na maior parte da mídia norte-americana e internacionalmente.
Uma conivência que
se presta a justificar as calúnias assacadas contra Assange com o objetivo de
justificar a perseguição desencadeada contra ele por expor os crimes de guerra
e as conspirações sob fachada ‘diplomática’ dos EUA, além do grampo em massa do
planeta inteiro, o que o coloca sob ameaça de 175 anos de cadeia.
A decisão do Juiz
Koeltl atrapalha o empenho do regime Trump para condenar Assange à prisão
perpétua em um cárcere norte-americano pelo “crime” de publicar a verdade.
“Se o WikiLeaks pudesse ser responsabilizado por publicar documentos
sobre as estratégias políticas, financeiras e de envolvimento dos eleitores do
DNC simplesmente porque o DNC os rotula como ‘secretos’ e segredos comerciais,
então qualquer jornal ou outro meio de comunicação também poderia”,
afirmou o magistrado, no que reafirma o princípio estabelecido desde a
legitimação dos Papéis do Pentágono na época da Guerra do Vietnã.
Decidir de outra
forma corresponderia, como assinalou o juiz, a “substituir a primeira emenda”
de proteção à liberdade de imprensa assegurada pela Constituição dos EUA.
Pela sentença, a divulgação dos e-mails do DNC, juntamente com a publicação dos discursos secretos de Hillary aos bancos de Wall Street, foram “assuntos de maior interesse público”. “Permitiram que o eleitorado americano olhasse atrás da cortina um dos dois principais partidos políticos nos Estados Unidos durante uma eleição presidencial”, assinalou.