A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu dois homens que participaram dos bloqueios criminosos de estradas e das arruaças pedindo intervenção militar, na quinta-feira (10), por fabricação e venda de armas ilegais em Santa Catarina.
Nos mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil apreendeu 11 armas de fogo, incluindo fuzis, assessórios e R$ 125 mil em espécie.
Um dos homens, apontado pela polícia como líder do grupo criminoso, tinha registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). O grupo foi favorecido por medidas do governo Bolsonaro.
O criminoso emprestava suas armas obtidas legalmente para outras pessoas sem registro CAC e também portou armas em via pública, o que é ilegal. Uma foto mostra uma criança de 7 anos segurando uma arma obtida pelo CAC.
O outro homem que foi preso era dono de uma tornearia mecânica em Bom Jesus do Oeste, em Santa Catarina. A empresa fabricava, ilegalmente, armas de fogo.
Nos locais onde a Polícia Civil realizou operações, foram encontrados fuzis, espingardas e seis revólveres, além de uma grande quantidade de cartuchos e supressores de ruído. Algumas das onze armas de fogo apreendidas estavam equipadas com miras holográficas e lunetas.
A origem dos R$ 125 mil ainda não ficou clara.
O delegado da Polícia Civil, Rodrigo Moura, aponta que “a investigação conseguiu demonstrar a prática de diversos crimes pelos dois investigados que foram presos, os quais estavam se valendo de uma torneira mecânica para fazer a fabricação e a montagem de armas”.
Os dois participaram dos bloqueios que grupos bolsonaristas passaram a fazer nas estradas depois da confirmação da derrota de Jair Bolsonaro nas eleições. Depois de desobstruídas as vias, os bolsonaristas começaram a fazer manifestações em frente a quartéis das Forças Armadas pedindo intervenção.
O procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, relatou que empresários têm financiado os atos pró-golpe. “É um financiamento que começou com o bloqueio de estradas, depois eles se movimentaram, foram para frente de quartéis e, a partir daí, estamos entendendo esse fluxo de pessoas, que podem responder na esfera criminal”, disse.