Pedido pela prorrogação do inquérito foi feito pela PF ao STF. Investigação apura os instigadores dos atos de 8 de janeiro de 2023
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogou por 180 dias o inquérito que apura os autores e instigadores dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Entre os investigados no processo está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No despacho, o ministro escreveu que atendeu a pedido da PF (Polícia Federal), que apontou a necessidade de mais prazo para conclusão de diligências em andamento.
A investigação foi aberta em janeiro do ano passado, dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente as invadiram e destruíram seus interiores.
A decisão é de sexta-feira (2) e entrou no sistema do STF nesta segunda-feira (5).
ACUSAÇÃO SEM PROVAS
A investigação contra Bolsonaro segue em paralelo. Ele foi incluído no inquérito após publicar vídeo, em que acusa, sem provas, o STF e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cometer fraude nas eleições de 2022.
O ex-presidente entrou para a lista de investigados a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).
O inquérito apura a autoria e a participação por instigação de crimes como associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
MAIS 29 CONDENADOS
O plenário do STF formou maioria, nesta segunda-feira (5), para condenar mais 29 réus pelos atos de 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, sugeriu penas que variam de 14 a 17 anos de prisão.
Neste grupo de réus, há pessoas que foram presas no Palácio do Planalto e no Senado durante a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília.
Votaram com Moraes, os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. Cristiano Zanin e Edson Fachin também votaram pela condenação, mas defenderam penas que variam de 11 a 15 anos de prisão.
As penas de cada 1 dos réus serão definidas apenas no final da votação. O julgamento ainda pode ser suspenso caso algum ministro peça vista ou destaque.
30 CONDENADOS
Vale lembrar que o STF já condenou 30 réus pelos atos golpistas. Ao todo, 1.354 pessoas respondem a ações penais por participação nos atos em Brasília.
Até o momento, a PGR denunciou criminalmente apenas 1 financiador da intentona golpista.