
Batata, carne bovina, café em pó e pão francês pesaram no orçamento das famílias, aumentando na maioria das capitais
O preço da cesta básica recuou na maior parte das capitais do país de abril para maio, mas as variações acumuladas nos últimos meses mantém os alimentos com custo alto para as famílias brasileiras. De acordo com o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que avalia o preço da cesta mensalmente em 17 capitais brasileiras, no mês passado houve redução de preços em 15 cidades e aumento em duas. O estudo foi divulgado na última sexta-feira (6).
Entre abril e maio, as quedas mais significativas ocorreram em Recife (-2,56%), Belo Horizonte (-2,50%) e Fortaleza (-2,42%). As duas altas foram registradas em Florianópolis (0,09%) e Belém (0,02%).
Entre maio de 2024 e maio de 2025, contudo, a cesta ficou mais cara em quase todas as capitais – com variações entre 0,77% em Natal, e de 8,43% em Vitória. No acumulado do ano, todas as cidades registraram alta nos preços da cesta, com variações entre 2,48% e 9,09%.
São Paulo continuou registrando a cesta mais cara do país, com custo de R$ 896,15 – valor que representa 63,82% da renda líquida (descontada a Previdência) de um trabalhador que recebe o salário mínimo. Ou seja, mais de 60% de um salário base é comprometido apenas para a aquisição do conjunto de alimentos básicos.
No ranking de preços, em seguida aparece Florianópolis, onde a cesta custava R$ 858,93 mês passado. Depois vêm Rio de Janeiro (R$ 847,99) e Porto Alegre (R$ 819,05).
Na comparação mensal, os alimentos que mais pressionaram os preços para cima foram a batata, carne bovina e, ainda, o café em pó e o pão francês. Contribuíram para o recuo dos preços a variação negativa do arroz agulhinha, óleo de soja e tomate.
Na comparação anual – com a cesta mais cara em todas as capitais – pesaram o preço da carne bovina, que chegou a ficar quase 29% mais cara em Brasília; do pão francês e do óleo de soja. O preço do café, sentido por todas as famílias, teve aumento de no mínimo 75,50% (como foi o caso em São Paulo) a absurdos 127,89% (em Vitória) nos últimos 12 meses.
Salário mínimo x Custo de vida
Conforme estimado mensalmente pela entidade, o salário mínimo atual deveria ser de R$ 7.528,56 – ou 4,96 vezes o valor atual, de R$ 1.518 – para que cumprisse a determinação constitucional que estabelece que o salário deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.