O Tenente Brigadeiro do Ar Joseli Parente Camelo afirmou que a decisão de Alexandre de Moraes de investigar o tenente-coronel Mauro Cid foi “muito bem fundamentada”
O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), Tenente Brigadeiro do Ar Joseli Parente Camelo, afirmou que a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de investigar na Justiça o tenente-coronel Mauro Cid foi “muito bem fundamentada”. A informação é da Folha de S. Paulo.
Mauro Cid está preso, acusado de adulterar os registros de vacinação do ex-ocupante do Palácio do Planalto e seus familiares. O militar afirma que crimes militares são aqueles contra patrimônio sob a administração das Forças Armadas, contra a ordem administrativa militar ou os que afrontem a hierarquia e a disciplina. Não é o caso, segundo ele.
No caso de Mauro Cid ser condenado a pena superior a dois anos, aí sim, disse Joseli, ele passa por julgamento no STM para avaliar se continua digno de exercer as funções militares. Em última instância, pode ser afastado do Exército.
O comparsa de Mauro Cid, Ailton Gonçalves Moraes Barros, “segundo irmão” de Bolsonaro, foi expulso do Exército após o Superior Tribunal Militar entender pela ‘imperiosa impossibilidade’ de sua permanência na caserna.
Dezessete anos depois da expulsão, a PF encontrou mensagens do militar, hoje advogado, com ‘tratativas de um golpe de Estado’. A decisão de expulsão foi proferida em julgamento realizado em 2006. Por maioria de votos, o STM entendeu que as havia ‘robusto’ conjunto de provas que indicaram que o comportamento e as atitudes do então capitão não eram ‘condizentes’ com sua situação de oficial.
Ailton foi acusado de uma série de ‘graves irregularidades’, sendo que parte delas, o STM nem chegou analisar, em razão da prescrição dos episódios – eles eram anteriores a 1999. A expulsão levou em consideração casos em que o então capitão desacatou outros oficiais e fez críticas ao Exército em entrevistas.
Agora, Ailton entrou na mira de um inquérito que tramita em outra Corte superior – o Supremo Tribunal Federal. Ele foi preventivamente preso pela Polícia Federal na Operação Venire, que também fez buscas contra Jair Bolsonaro. A investigação mira um esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Jair Bolsonaro (PL) gravou áudio pouco antes das eleições de 2022, em que chama Ailton Gonçalves Moraes Barros, apontado como operador das fraudes nos cartões de vacinação em Duque de Caxias (RJ), de “segundo irmão”. Isto é, ele é um sujeito de total confiança do ex-presidente.
Jair Bolsonaro (PL) se recusou a comparecer, na semana passada em depoimento na PF e tem respondido às perguntas da imprensa com evasivas. O áudio foi revelado pelo jornal Extra. Além do major reformado do Exército, Ailton Barros, foram presas mais cinco, entre eles o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Outro fato que veio à tona nesse episódio foi o áudio do bolsonarista Elcio Franco, secretário adjunto no Ministério da Saúde e ex-assessor na Casa Civil.
Na gravação, ele discutia com Ailton Gonçalves. O áudio mostrou que, além de “segundo irmão” de Bolsonaro, Ailton ara ligado também a Élcio. Os dois falaram num plano de usar 1.500 soldados do Batalhão de Operações Especiais do Exército para dar um golpe de Estado e prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O plano foi frustrado pelas Forças Armadas.