O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, condenou “o brutal retrocesso democrático na Nicarágua” onde “a esposa é a vice-presidenta, há corrupção e perseguição”. “Todos os candidatos presidenciais [de 7 de novembro de 2021] estão presos ou estão sendo perseguidos. É algo que não tem nenhuma justificativa”, acrescentou.
Para o líder chileno, “é muito brutal” o esmagamento das liberdades democráticas no país centro-americano e é injustificável a permanente violação dos direitos mais elementares dos cidadãos na pátria de Augusto César Sandino, revolucionário que deu sua vida para libertar a Nicarágua da exploração estadunidense.
“O apelo permanente que fazem certas esquerdas à autodeterminação dos povos para terminar inclusive justificando seus desvios ou condutas que não são apropriadas, como limitações à liberdade de expressão, à reunião, é algo que temos de enfrentar mais abertamente. A Nicarágua é particularmente brutal neste sentido”, declarou Boric à emissora uruguaia M24.
“Os adjetivos quando não dão vida, matam”, recordou o presidente Boric, citando o poeta chileno Vicente Huidobro. “Acredito que isso passa a muitas esquerdas na América Latina que enchem seus discursos de adjetivos, porém na prática não vêm o sofrimento de seu próprio povo”, acrescentou.
Integrante do novo gabinete presidencial, a advogada Antonia Urrejola, ex-presidenta da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) reiterou a denúncia da constante violação de direitos e defendeu a imediata libertação dos presos políticos nicaraguenses, uma vez que não há “base legal nem independência judicial”. “A partir da comunidade internacional seguimos conclamando construtivamente à democratização e a libertação de presas e presos políticos no país”, enfatizou.
As informações estão sendo divulgadas pelo Comitê Brasileiro de Solidariedade com a Nicarágua:
https://www.facebook.com/solidariedadenicabrasil/