Em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica, o bolsonarista condenado por corrupção e terrorismo não pode comparecer à convenção do PTB que o lançou à Presidência
O ex-deputado e miliciano Roberto Jefferson, condenado por corrupção, terrorismo e organização criminosa, atualmente em prisão domiciliar e em uso de tornozeleira eletrônica, foi lançado oficialmente como candidato a presidente da República pelo PTB, nesta segunda-feira (1), em convenção do partido, realizada em Brasília. Ele disse que será “linha auxiliar” de Bolsonaro.
Roberto Jefferson não pode comparecer ao evento porque cumpre prisão domiciliar desde janeiro deste ano. Ele foi preso no ano passado no inquérito que apura a atuação de uma milícia digital que conspira contra a democracia. A Polícia Federal apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra a vida de ministros do STF e contra o Estado democrático de direito.
Há pouco menos de um ano, Jefferson divulgava um vídeo com um discurso de ameaças às instituições e a ministros do Supremo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou, na época, que ele ‘’incentivou o povo brasileiro a invadir a sede do Senado e a praticar vias de fato contra senadores, especificamente dos que integravam a CPI da Pandemia, com o intuito de impedir o livre exercício do Poder Legislativo, e incentivou o povo brasileiro a destruir, com emprego de substância explosiva, o prédio do Tribunal Superior Eleitoral”.
Em outra oportunidade, Roberto Jefferson fez, em outro áudio, ameaças diretas ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ele afirmou no áudio que a Corte Suprema está “derrubando os alicerces da pátria, da nação”. “Vamos resistir a você, Xandão, e aos que te sucederem. Não vamos permitir que vocês governem o Brasil por despacho”, ameaçou. No áudio, Jefferson ameaça Moraes e diz que “daqui pra frente (a nossa conta) é pessoal, não tem saída”. Em xingamentos, o ex-deputado diz que Moraes, a quem se refere como “Xandão”, é “cachorro do Supremo” e representa o “pior caráter” da Corte.
Em mais um outro vídeo, ele aparece armado e de novo ameaçando com o uso de violência. Desta vez o alvo foi o povo e as autoridades chinesas e o seu embaixador no Brasil. Num discurso cheio de clichês e desconexo com a realidade do país, ele atacou o embaixador do país asiático e principal parceiro comercial do Brasil. Jefferson parece estar em um clube de tiro, onde chama o embaixador de “chinês malandro” e “macaco” e diz que o presidente Jair Bolsonaro “tem que mandá-lo embora”.
Ele já havia sido preso antes por corrupção, mas foi solto alegando ter um câncer de pâncreas. Agora, da prisão domiciliar, ele tenta sair em socorro de Bolsonaro que vai mal nas pesquisas