
Glaycon é filho de Enéas Fernandes, tio de Nikolas e que foi apoiado pelo deputado na disputa pela prefeitura de São Gonçalo do Abaeté, por ser uma “gestão alinhada com valores conservadores”
Preso com 30 quilos de maconha e quatro gramas de cocaína, Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), foi detido em flagrante no dia 21 de maio de 2024, em Uberlândia, Minas Gerais.
A prisão ocorreu durante uma operação de rotina da polícia, após denúncias anônimas indicarem o transporte de entorpecentes na região. Glaycon dirigia um carro sem portar documentos pessoais, sendo posteriormente identificado por meio de consulta a bancos de dados oficiais.
Ele segue custodiado no Presídio Professor Jacy de Assis, localizado no bairro Dom Almir, na zona leste de Uberlândia. A unidade abriga presos provisórios e condenados, sendo uma das maiores do estado. A entrada de Glaycon foi registrada sem intercorrências, conforme indicam os registros oficiais do sistema penitenciário estadual, que confirmam também seu nome completo, a data da prisão e a vinculação à unidade. O atendimento à família está sendo feito pelo NAF Uberlândia.
A prisão acontece em um momento em que o deputado Nikolas Ferreira busca consolidar sua influência política no interior de Minas, por meio de alianças locais, inclusive com parentes. O pai de Glaycon, Enéas Fernandes — tio do deputado — foi lançado como candidato à prefeitura de São Gonçalo do Abaeté em 2024, com apoio direto do parlamentar. Além do suporte político, Enéas recebeu recursos públicos por meio de emendas parlamentares destinadas à região por Nikolas.
As transferências orçamentárias aconteceram logo após o início oficial da campanha de Enéas. Em redes sociais e em eventos de campanha, Nikolas participou ativamente, exaltando o projeto do tio como alinhado aos seus princípios políticos. A base de aliados do deputado em redutos locais, inclusive com envolvimento familiar, passou a ser vista com mais atenção após a prisão de Glaycon.
Apesar da repercussão, integrantes do PL têm evitado comentar o caso publicamente. Nos bastidores, porém, há reconhecimento de que a prisão pode afetar o discurso anticrime defendido por Nikolas Ferreira. Até o momento, não há definição sobre quem assumirá a defesa de Glaycon, tampouco se o gabinete do deputado acompanha formalmente o caso.