O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou na sexta-feira (12) que no acumulado do ano (janeiro a maio) a produção industrial recuou em 7 das quinze localidades pesquisadas. Na comparação entre abril e maio, a atividade industrial recuou em oito das 15 localidades.
Assim, perante uma economia em deterioração, a produção industrial nacional apresentou queda de -0,7 no decorrer de janeiro a maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, e caiu -0,2% em maio frente a abril.
ACUMULADO NO ANO
Entre o conjunto de localidades que apresentaram recuos no acumulado no ano, estão: Rio de Janeiro (-1,5%), Minas Gerais (-4,3%), Região Nordeste (-1,4%), Espírito Santo (-11,8%), Pará (-6,2%), Mato Grosso (-2,7%) e Amazonas (-1,8%).
Em São Paulo, o estado que possui o maior PIB industrial do país, a produção foi praticamente zero (0,5%). Um dado alarmante para setor, já que se observado os indicadores de 2014 a 2019, o setor respirava um pouco melhor ao logo de janeiro a maio de 2018, apresentando um crescimento de 4,7%, isto, após tombo em cima de tombo nos anos que antecederam: janeiro a maio de 2014 (-4,5), em 2015 (-8,8%), em 2016 (-9,4%), em 2017 (-0,7%), este ano (0,5%). Fonte Sidra/Ibge.
De janeiro a maio, a produção industrial pontuou positiva no Paraná (10,4%), Rio Grande do Sul (8,8%) e Santa Catarina (6,1%), Ceará (3,6%), Goiás (3,2%), Pernambuco (1,5%) e Bahia (0,1%).
MAIO
Na comparação com abril, as quedas mais acentuadas foram no Espírito Santo (-2,2%), Rio Grande do Sul (-1,4%), Santa Catarina (-1,3%) e Minas Gerais (-1,0%), Região Nordeste (-0,9%), Ceará (-0,9%), Mato Grosso (-0,7%) e Pernambuco (-0,6%). O desempenho da indústria paulista foi praticamente zero (0,1%) na passagem de abril para maio.
Os locais que apresentaram alta foram: Pará (59,1%), Rio Janeiro (8,8%), Goiás (1,6%), Amazonas (1,2%), Bahia (1,1%), e Paraná (0,7%).
Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), o ano de 2019 está perdido para setor.
“A tendência recente da indústria, ao se prolongar para os próximos meses, poderá indicar que a recuperação do setor, iniciada em 2017, foi nada mais do que um processo de fôlego curto. Com praticamente metade do ano já coberto por dados oficiais do IBGE, 2019 é por ora um ano perdido, já que são taxas negativas quem prepondera em seu desempenho”, diz a entidade.
“Maio não foi diferente, ao registrar -0,2% frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais, o que praticamente anulou a variação positiva verificada em abril (+0,3%). O padrão dos últimos meses na série com ajuste tem sido de oscilações muito próximas de zero, com quedas geralmente mais intensas do que os avanços. Com isso, o nível de produção industrial em mai/19 encontra-se 1,4% abaixo daquele de dez/18”, destaca o IEDI.
O instituto afirma ainda que “a indústria não tem mostrado forças para reverter a deterioração sofrida na virada de 2018 para 2019. Hoje, o setor continua pior do que um ano atrás. Entre janeiro e maio deste ano, acumula perda de -0,7% em relação a jan-mai/18. Este resultado só não é pior porque dois efeitos asseguraram uma alta extraordinária de +7,1% em mai/19 ante mai/18, que não deve se repetir em junho”.
O IEDI alerta ainda que os indicares de junho apresentaram nova piora no setor.
“Em junho de 2019, estas tendências declinantes devem continuar, podendo ainda ser agravadas, dado que o resultado neste mês estará sob efeito calendário negativo (dois dias úteis a menos do que jun/18) e contará com uma base de comparação mais robusta, porque a produção industrial compensou em junho do ano passado aquilo que havia perdido com a greve em maio. A estes fatores somam-se o aumento progressivo de estoques, frequentemente julgados excessivos segundo pesquisa da CNI, e a deterioração da avaliação dos empresários do setor sobre as condições correntes de seus negócios no mês de junho”.
ANTONIO ROSA