Professores da educação básica necessitam recorrer a “bicos” para complementar seus salários, diz estudo do Movimento Todos Pela Educação. O estudo aponta que 30% dos professores da rede estadual do país, 22% da rede municipal e 38% da rede privada precisam de outras atividades para complementar suas rendas.
O estudo, realizado de março a maio deste ano, aponta que 29% do total de professores em todo país fazem alguma atividade extra para complementar sua renda, em média o incremento é de R$ 439,72 mensais, com maior parte das atividades nas áreas como comércio, prestações de serviços e produções artísticas. Os professores da rede privada de ensino têm o menor salário médio do país, R$ 2.996,66, 16,2% menor que nas redes estaduais e 12,1% menor que nas redes municipais.
Com a baixa remuneração, os professores procuram dar aula em mais de uma escola. No estado de São Paulo 44% dos professores dão aulas em mais de uma escola, chegando a 54,4% dos professores do ensino médio e 53,9% dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) na rede privada. Nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), onde os professores lecionam todas as matérias, 44,6% atuam em mais de uma escola. No ensino público, 29% dos professores dão aulas em mais de uma escola.
A falta de valorização faz com que 49% dos professores digam que não recomendariam aos mais jovens para que se tornem professores. Entre os motivos da não recomendação estão: a desvalorização, baixa remuneração e falta de recursos e estrutura para lecionar.
RODRIGO LUCAS