3,5 milhões de brasileiros tiveram os nomes desnegativados com instituições financeiras
O Desenrola Brasil, Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes do governo Lula, resultou, em duas semanas, na renegociação de R$ 2,5 bilhões em 400 mil contratos de dívida e na desnegativação dos nomes de 3,5 milhões de brasileiros que deviam até R$ 100 a instituições financeiras, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (31) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O Programa teve início no dia 17 de julho e, nesse momento, está atendendo a chamada Faixa 2, que abrange as renegociações de dívidas com as instituições financeiras para quem tem renda até R$ 20 mil sem limite de valor de dívidas, como por exemplo atrasos no financiamento da casa própria ou de veículos.
Ao mesmo tempo, foram contemplados os que deviam até R$ 100, que mesmo que não tenham a dívida perdoada podem voltar a fazer empréstimos e a fazer um crediário ou alugar um imóvel, por exemplo. Nesse caso, o número de 3,5 milhões de brasileiros desnegativados ultrapassou a expectativa do Ministério da Fazenda de 1,5 milhão.
Segundo a Serasa Experian, em junho 71,45 milhões de brasileiros estavam inadimplentes no país. Em junho do ano passado eram 66,82 milhões de brasileiros com nomes negativados. O volume total de dívidas em junho deste ano chegou a R$ 262,8 milhões. O programa abrange as dívidas até 31 de dezembro de 2022.
Nessa segunda etapa do programa Desenrola, cabem aos bancos definir as condições de renegociação. O Programa segue até o dia 31 de dezembro deste ano.
A Faixa 1 do Desenrola está prevista para setembro e atingirá os endividados com renda de até dois salários mínimos ou que estão inscritos no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico).
Um dos maiores efeitos no aumento da inadimplência das famílias, apontado pelas entidades do comércio e de lojistas, são as elevadas taxas de juros, como ressaltou a ministra do Planejamento Simone Tebet.
“Não adianta fazer o Desenrola, aliviarmos a vida das pessoas e apresentar um programa eficiente sob todos os aspectos, com juros de 13,75%. O Brasil não comporta um Desenrola por ano. Nós precisamos de espaço fiscal para investir naquilo que verdadeiramente precisamos, como Saúde, Educação, obras de infraestrutura e tudo mais”, declarou a ministra, ressaltando que o juro “é a verdadeira causa, dentro de outras coisas, do endividamento das famílias brasileiras”.