
“Assembleias de trabalhadores dos Correios vão ser realizadas no dia 3. Intenção é estarmos unidos nas mobilizações gerais do dia 18 e março. Lutar para barrar o processo de privatização é nossa prioridade”, afirmou o Secretário-geral do Sintect-SP

“Os trabalhadores dos Correios estão mobilizados contra a privatização dos Correios e, no dia 3 de março, vamos ter assembleias para também protestar contra o aumento abusivo do plano médico da categoria”, afirmou na sexta-feira (21), em entrevista ao HP, Negopeixe Sousa, Secretário-geral do Sindicato dos Carteiros de São Paulo. Ele explicou que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido do governo e deu uma liminar derrubando duas cláusulas da Sentença Normativa favorável à categoria, conquistada com a greve. A sentença impedia o aumento abusivo e garantia dois anos de duração do acordo coletivo da categoria.
DECISÃO DE TOFFOLI PREJUDICA A NOSSA CATEGORIA
“Não contente com o julgamento do Dissídio Coletivo o governo recorreu, ao STF, que, numa decisão monocrática do ministro Dias Toffoli, concedeu uma liminar suspendendo duas cláusulas da Sentença Normativa, a Cláusula 28 que aumentou o compartilhamento no convênio médico que era de 30% para 50%, onerando financeiramente mais de 100 mil trabalhadores, e suspendeu a Cláusula 79 que era de 2 anos, ou seja de 2019 a 2021, passando para um ano, de 2019 a 2020” o tempo de duração do acordo coletivo, denunciou o dirigente da categoria.
VAMOS RECORRER AO PLENÁRIO
“Já estamos recorrendo ao plenário do STF, mas vamos também para a greve e à articulação junto ao parlamentares. É greve é um indicativo. A decisão será tomada nas assembleias do dia 3. Vamos pressionar em defesa de nossas conquistas”, acrescentou Negopeixe. “Os trabalhadores dos Correios estão sendo esfolados com uma cobrança muito alta, em alguns casos chega ultrapassa R$ 900 a mensalidade do plano de saúde. Muita gente não pode pagar esses valores”, observou Peixe.
Ele explicou que o governo quer reduzir para um ano o tempo de duração do acordo coletivo da categoria para apressar a privatização. “Temos que ir à luta”, afirmou.
Peixe destacou que os trabalhadores dos Correios, além de estarem perdendo seus direitos, estão sendo superexplorados porque estamos mantendo a qualidade dos serviços sem que haja nenhuma contratação. “Cada funcionário está fazendo o serviço de dois porque não há reposição dos funcionários que saem”, denunciou.
“Na verdade, o governo atacou nossos direitos ameaçando retirar várias cláusulas do nosso ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), não negociou, tratou as representações dos trabalhadores com desdém, forçou a categoria a ir para uma greve, a nossa greve foi vitoriosa no ponto de visto político e jurídico, pois o governo não conseguiu retirar direitos do ACT e demonstramos no TST que o governo em hipótese alguma queria negociar”, disse Peixe.
BARRAR A PRIVATIZAÇÃO
O dirigente do Sindicato dos Carteiros de São Paulo disse que a luta é também para barrar a privatização. Ele destacou que os Correios, além de cumprir um papel estratégico de integração do país, é uma empresa que dá lucro. “Então, sua privatização é inaceitável”, disse ele.
“Não há razões para privatizar um empresa que cumpre um papel de suma importância para a sociedade brasileira. Os Correios ao longo dos seus 356 anos, cumpre um papel social e estratégico na integração para o desenvolvimento do país”, argumentou. Ele citou matéria que saiu em 7 de fevereiro deste ano mostrando um relatório de uma auditoria do TCU onde se ratificou que há melhorias em qualidade nos serviços dos Correios. “Os Correios tiveram lucro em 2018 e em 2019”, apontou Peixe.
O Secretário-geral do Sintect-SP disse que as mobilizações de rua contra a privatização vão aumentar e que os parlamentares também vão ser abordados intensivamente. Vamos mostrar a eles que a empresa é fundamental para o país e que haverá demissão em massa com a privatização.
“A luta será árdua, pois estamos diante de um governo entreguista e a serviço dos empresários e do capital privado, mas terá disposição e resistência de luta na defesa dos Correios público de qualidade a serviço da população e lutaremos na defesa dos nossos empregos”, garantiu Peixe.
EMPRESA LUCRATIVA E ESTRATÉGICA
“O Correios foi essencial na prestação do socorro nas mais de 200 cidades de Minas Gerais atingidas pelas chuvas recentemente, sobretudo na distribuição de medicamentos, alimentos, peças de vestuários, no salvamento e resgate das vítimas das inundações, alagamento e deslizamento”, lembrou Peixe.
“O próprio governador de Minas Gerais, Romeu Zema, devido as enchentes que prejudicou muita a população mineira declarou na frente do Bolsonaro a importância e o papel social que os Correios teve ajudando as vítimas das enchentes”, observou. Ele citou a pesquisa feita pela Rádio 94 FM que mostrou que 79% do votantes foi contra a privatização dos Correios.
“Toda essa pressa do governo em cortar direitos é enxugar a máquina para privatizar a empresa mais rápido, pois assim, fica mais fácil para o governo privatizar, entregar para o capital privado. Haja vista que em nível nacional devido esse aumento abusivo, mais de 9 mil trabalhadores saíram do plano de saúde, pois não têm condições de pagar. O governo na verdade, só está de olho no “filé mignon” da empresa que são as encomendas, ou seja entregar essa fatia do bolo para a iniciativa privada”, explicou.
PRIVATIZAR OS CORREIOS É PREJUDICAR O POVO
“Privatizar os Correios é prejudicar o povo brasileiro, inclusive a população mais carente que vive nos lugares longínquos desse país. Aluta será árdua, pois estamos diante de um governo entreguista e a serviço dos empresários e do capital privado, mas terá disposição e resistência de luta na defesa dos Correios público de qualidade a serviço da população e lutaremos na defesa dos nossos empregos”, completou Negopeixe.
SÉRGIO CRUZ
Funcionário público, de estatal, políticos, etc. tem que usar o maior plano de saúde do Brasil chamado SUS. Quer plano diferente? Que pague do seu bolso. Funcionário público, políticos usando planos de saúde privados é prova cabal e de aceitação que o sistema de saúde pública é péssimo. Usem o SUS e exijam melhorias.