A direção do Partido Socialista Brasileiro (PSB) resolveu estabelecer conversações com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) em torno da formação de uma federação partidária para as eleições gerais de 2022.
Um almoço com essa pauta foi marcado para a próxima semana em São Paulo. Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Carlos Lupi, presidente do PDT, estarão presentes ao encontro.
O PSB, por meio de seu comando nacional, e por decisão da bancada federal, decidiu, ainda no ano passado, formar uma federação com os demais partidos do campo progressista, entre outros, com o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Verde (PV) e a Rede Sustentabilidade.
De lá para cá, surgiram algumas dificuldades nas negociações com o PT, principalmente na definição das candidaturas a alguns governos estaduais.
O impasse continua em São Paulo, onde o PT pretende ter como candidato o ex-prefeito Fernando Haddad, enquanto o PSB sustenta a candidatura do ex-governador Márcio França.
Mas as dificuldades persistem também em outros estados, inclusive no Rio de Janeiro, onde o PSB firmou o nome do deputado Marcelo Freixo na disputa para o governo estadual e, até mesmo, em Pernambuco, onde os socialistas encabeçam a administração local há décadas, mas os petistas já sinalizaram com a candidatura do senador Humberto Costa.
“Pernambuco é o coração do partido, essa é uma questão bastante complicada”, comentou um dirigente nacional do PSB ao portal Uol Notícias, pedindo anonimato, alegando que o PT, recentemente, abandonou a humildade e passou a usar “salto alto”, diante da dianteira de Lula nas pesquisas. Pernambuco e Espírito Santo, por exemplo, são considerados “joias da coroa” para o PSB nas negociações com o PT e demais partidos.
Siqueira tem dado declarações enfáticas desde o último encontro com Lula, há 11 dias. Disse, por exemplo, que o PT precisa decidir se seu objetivo é “formar uma frente ampla” para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e eleger Lula ou se é “disputar os governos nos Estados” e tratar como adversário quem pode ser seu principal aliado.
“Aliança pressupõe acordo entre partes e temos disposição para fazer esse acordo, mas isso pressupõe a reciprocidade de ambos os lados. Há muitos meses colocamos para o PT as demandas do PSB e até agora não tivemos resposta sobre nenhuma delas”, asseverou.
Por sua vez, o governador do Maranhão, Flávio Dino, também do PSB, publicou em uma rede social que “quando os partidos progressistas se unem, o Brasil avança e a vida do povo melhora”.
“Por isso, defendo que o nosso PSB caminhe junto com o PT, PCdoB e outros partidos aliados, o que depende de perseverança, diálogo e concessões recíprocas”, escreveu Dino.
Mesmo diante desses impasses, o PSB continua trabalhando com a possibilidade de filiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e apresentá-lo como candidato a vice de Lula, na hipótese de serem superados os obstáculos e firmada a aliança com o PT para o pleito deste ano.
O PDT, agora, passou a ser, também, uma possibilidade na montagem da federação, cujo prazo para ser homologada na Justiça Eleitoral será, no máximo, de três meses.
Lupi, por sua vez, faz uma aposta na aliança com o PSB e outros partidos ao desacreditar na união dos socialistas com o PT: “Nós vamos conversar. Acho que o PSB tem muito mais afinidades com o PDT”, afirmou, acrescentando que a candidatura de Ciro Gomes é irreversível.
Em uma estratégia antecipada para reforçar a candidatura de Ciro, o partido fará o pré-lançamento da sua candidatura, em Brasília, no dia 21 de janeiro de 2022.
No ato, o PDT vai apresentar a nova marca da campanha. Um dia depois, em 22 de janeiro, o partido homenageará o ex-governador Leonel Brizola, que completaria 100 anos na data.