Pacientes usam pulseira verde para casos leves
Na semana passada, a discussão política em São Paulo consistia se uma pessoa, no caso o ex-coach, Pablo Marçal, condenado a cinco anos e quatro meses de prisão por participar de uma quadrilha de roubo a bancos, dentro de um partido acusado de ligações com o PCC, poderia se candidatar a prefeito da maior capital do país. “Não há lei neste país que impeça uma coisa dessas”, questionavam alguns.
Agora tudo mudou depois da cadeirada no debate da TV Cultura. Uma grande parte dos paulistanos acha que foi na medida a cadeirada que ele, Marçal, levou do apresentador e também candidato, José Luiz Datena, no debate da TV Cultura no domingo (15). Muitos acham que ele passou de todos os limites em suas baixarias. Inclusive o próprio Datena disse que se sentia “lavando a alma” dos eleitores de São Paulo.
Já outros acham que o ex-presidiário condenado realmente passou dos limites, mas que a cadeirada teria sido um excesso. Discussões à parte, os memes da cadeirada já se espalham pela internet. Estudos de rede, como o do especialista Pedro Barciela, por sua vez, também começam a mostrar que o ex-coach parece ter se dado mal entre os eleitores ao exagerar em suas provocações.
Mesmo que ele tenha feito vídeos produzidos teatralmente após a cadeirada, inclusive usando máscara de oxigênio para dar um tom dramático à situação, a cor da fitinha – verde – colocada em seu braço no hospital, desmascarou toda sua encenação. Fitas verdes são colocadas em pacientes com danos bem leves. Nos casos graves, as fitinhas têm cores amarelo, laranja e vermelho. Depois, ele apagou os vídeos.
Após a cadeirada, um áudio com a discussão no debate da TV Cultura mostra que Pablo Marçal estava bem e cogitou que iria seguir no programa, mas depois mudou de ideia para fazer sensacionalismo e encenação de que seu estado era grave.
“Sem maiores complicações associadas”; “está de alta hospitalar”, diz boletim médico do hospital.
EXAGEROS
Há também quem analise que os exageros de Marçal nos últimos dias foi uma reação ao fato dele ter caído nas pesquisas. Ele caiu de 22% para 19% das intenções de voto, no último Datafolha. “Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações em que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto. Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz”, disse Datena.
O prefeito Ricardo Nunes já havia alertado de que ele faria coisas desse tipo após desabar nas pesquisas de opinião pública. O esforço apelativo para, tentar se reerguer do tombo, ficou claro com suas publicações logo em seguida ao entrevero com Datena. Ele saiu forçando a barra e tentando comparar a cadeirada que levou aos atentados contra Jair Bolsonaro, em 2018, e Donald Trump, este ano.
Todos os demais candidatos comentaram as provocações de Marçal. “Desde o começo dessa eleição, a gente tem tido um nível muito baixo nos debates. E isso, em grande medida, pela atuação do Pablo Marçal de inventar mentiras, de provocar, de atacar e promover baixarias em todos os debates”, afirmou Guilherme Boulos.“Vale ressaltar, Pablo Marçal está desde o dia zero trabalhando para que isso acontecesse”, destacou Tabata Amaral.
“A cidade de São Paulo não merece esse tipo de atitude. Falta de equilíbrio, despreparo, arrogância, provocações são incompatíveis com a missão de um prefeito”, apontou Ricardo Nunes. Já o candidato José Luiz Datena afirmou que espera ter lavado a alma do paulistano por conta das baixarias de Marçal e que devia isso a sua sogra, que teria tido três AVCs e morrido pressionada pelas acusações contra ele.
O vídeo, que viralizou hoje no Brasil inteiro, mostra a indignação de Datena com as baixarias de Marçal pouco antes de pegar a cadeira e partir para cima do ex-coach. Marçal dizia que Datena não tinha coragem para revidar e, em seguida, levou a cadeirada.
Segundos antes, ele aparece provocando Datena da seguinte forma: “Você não é homem nem para fazer isso”. Na sequência, Datena foi para cima do ex-presidiário e desceu a cadeira sobre ele.
As imagens mostram também os outros candidatos, como Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), tentando conter o apresentador segundos após a cadeirada. O registro revela, ainda, a troca de xingamentos entre Datena e Marçal depois do entrevero, bem como a movimentação dos candidatos, assessores e equipe da TV Cultura logo após a cadeirada. O mediador, Leão Serva, chamou logo os comerciais, mas nada mais pode ser discutido seriamente no debate da TV Cultura.
S. C.
Engraçado falam de Marçal como ex presidiário e ele nunca foi preso,mas no fala de Boulos como usuário de drogas e Nunes…. Deixa pra lá e o que dizer de Datena. As vezes verdades dói e provação desespero quando são proferida ao desmascarar pessoas.
Pablo Marçal foi preso em 2005, numa investigação por desvio de dinheiro de contas bancárias. E foi condenado em 2010, por furto qualificado, a quatro anos e cinco meses de prisão, por ter participado de uma quadrilha que invadia contas bancárias pela Internet.
É vdd o que importa é a cor da pulseira, a agressão fica em segundo plano, o nosso país é uma vergonha, vergonha está implantada por canalhas, que defendem tais atitudes.
Não. O que importa é que esse desavergonhado provocou a agressão e depois fingiu, confessadamente, que tinha sofrido algum dano físico. Tudo palhaçada. Daí a importância da pulseira verde.
Parece que o Batena se saiu melhor.
O Brasil tá cheio de ex-presidiário, o presidente é um deles, nesse desgoverno.
Pelo jeito você prefere o ex-presidiário Marçal. Bom, é uma questão de gosto – e de ideologia.