O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que quer distância de Pablo Marçal. A informação é da jornalista Raquel Landim, do site de notícias UOL. “Quero esse sujeito bem longe de mim”, afirmou Nunes a pessoas próximas.
Marçal ofendeu a honra do prefeito e de sua família durante toda a campanha e instigou um assessor próximo a esmurrar o chefe da equipe de propaganda do emedebista.
O desqualificado, que já foi condenado e preso por roubo de clientes e golpes bancários, e que concorreu pelo PRTB, partido acusado de ligações com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), tentou tumultuar a eleição de São Paulo com ofensas e ataques mentirosos contra todos os candidatos. Precisou levar uma cadeirada do jornalista José Luiz Datena (PSDB), num dos debates, para perceber que seu comportamento delinquente teria limites.
Marçal usou a internet sem o menor escrúpulo e de forma criminosa para envolver a população paulistana em sua teia apodrecida. Aproveitou-se de um clima de desesperança e frustrações que atinge uma parte significativa dos eleitores brasileiros para destilar sua demagogia fascista. Apontou o caminho – bem conhecido por ele – do crime, da vantagem individual a qualquer custo e da violência. Estimulou o desrespeito à honra e aos direitos dos outros e se apresentou como um falso messias.
Ao final da campanha, Pablo Marçal já é réu em 90 processos. Desde processos eleitorais a criminais. A Polícia Federal confirmou o laudo da Polícia Civil de São Paulo de que o relatório médico que o delinquente apresentou contra Boulos na véspera da eleição era falsificado.
A quadrilha de Marçal usou um médico que já havia morrido e forjou uma assinatura atestando, no documento forjado, que Boulos teria sido atendido numa clínica por uso de drogas. A farsa foi desmontada e ele agora terá que responder perante os tribunais.
Outro efeito das ataques de Marçal a Nunes foi o atrito ocorrido entre o prefeito e Jair Bolsonaro. O pastor Silas Malafaia disse que Bolsonaro foi omisso e agiu como um covarde diante dos ataques de Marçal a Nunes.
Ele disse que defendeu desde o início que deveriam se afastar do marginal, mas, segundo ele, Bolsonaro ficou em cima do muro. “Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]”, afirmou.
A campanha de Nunes agora está dando o troco no “mito”. “Quando precisamos, Bolsonaro não veio. Agora não queremos mais’, disse um aliado de Nunes à jornalista Malu Gaspar.
“O que pode atrapalhar o Nunes é o Bolsonaro querer fazer campanha agora. Se Bolsonaro entrar agora na campanha do Nunes, só vai atrapalhar. Quando a gente precisou dele, ele não foi. Agora não precisamos mais”, disse ao blog o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). “Bolsonaro agora quer vir na janelinha? Janelinha não.”