Relator vota para condenar mais 5 réus da horda que atacou no 8 de janeiro

Golpistas atacaram Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional. Foto: Reprodução
Julgamento das ações é realizado em plenário virtual, que vai até a próxima sexta-feira (24). Corte Suprema, até agora, condenou 25 pelos ataques às sedes dos Três Poderes, na capital federal

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, votou, na última sexta-feira (17), para condenar mais 5 réus acusados/denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de participar da execução dos atos de 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, de tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.

O magistrado é o relator dos processos na Corte.

A Corte julga as ações em plenário virtual, que começou 0h e vai até a próxima sexta-feira (24). Nesse formato, como é sabido, não há debate entre os ministros, que votam por meio de sistema eletrônico.

Durante a votação, é possível pedir vista — o que paralisa a análise —, ou destaque — que zera o placar e pode remeter o julgamento para o plenário físico da Corte.

RÉUS SOB JULGAMENTO

Essa é a sexta leva de julgamentos com réus do 8 de janeiro. Os denunciados pela PGR desta vez são:

• Ana Paula Neubaner Rodrigues, Angelo Sotero de Lima, Alethea Verusca Soares, Rosely Pereira Monteiro e Eduardo Zeferino Englert.

A ação de Eduardo Englert estava sob análise na leva anterior, mas o julgamento foi paralisado depois de pedido de destaque feito por Moraes, que zerou os votos já apresentados.

Normalmente, o destaque faz com que a análise vá para o plenário físico, mas a ação voltou para a pauta de julgamentos do plenário virtual.

“ESCLARECIMENTOS”

O destaque foi feito depois da defesa do réu ter pedido “esclarecimentos” sobre trecho do voto de Moraes em que o ministro havia descrito que ele teria estado no acampamento em frente ao QG (Quartel-General) do Exército, em Brasília, antes de os ataques às sedes dos Três Poderes.

“Tal fato nunca ocorreu”, afirmou o advogado Marcos Vinicius Rodrigues de Azevedo, no documento apresentado à Corte.

Segundo a defesa, o laudo pericial juntado à ação mostra que o réu saiu de Santa Maria (RS), em 6 de janeiro, e chegou a Brasília em 8 de janeiro. Na capital federal ele e ficou no CTG (Centro de Tradições Gaúchas) de Brasília “por uma hora, sem qualquer passagem pelo QGEx”, segundo o advogado.

ANÁLISE INDIVIDUAL DAS AÇÕES E CRIMES COMETIDOS

Cada ação é analisada e julgada de forma individual. Todos são acusados de integrar o núcleo dos executores dos atos que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

Os réus respondem pelos crimes de:

• associação criminosa armada;

• abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

• golpe de Estado;

• dano qualificado; e

• deterioração de patrimônio tombado.

PENA, MULTA E INDENIZAÇÃO COLETIVA

Moraes votou para condenar os 5 réus, com pena de 17 anos de prisão e pagamento de multa no valor de R$ 44 mil.

Além disso, quer que os envolvidos paguem indenização coletiva pelos danos causados no 8 de janeiro de 2023.

As denúncias foram oferecidas pela PGR (Procuradoria-geral da República). O STF, até o momento, condenou 25 pessoas pela participação nos atos. E, tudo indica, que com esses que ora estão em julgamento não vai ser diferente. Análise dos casos se encerra na próxima sexta-feira (24).

A Corte vai seguir julgando os golpistas até que o Poder Judiciário entre em recesso, marcado para ter início em 20 de dezembro, com volta prevista em 6 de janeiro.

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