O presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que está havendo uma mobilização “inédita” por um candidato alternativo a Bolsonaro e Lula, que poderá mudar o cenário eleitoral de 2022.
“Não está decidido [que] vai ser Bolsonaro contra Lula. Isso é uma bobagem, não é assim”.
“Você está vendo uma mobilização política, uma discussão de uma terceira via. Mas é um candidato em abstrato. Que está conseguindo uma mobilização, uma certa unidade. Há um clamor de um setor da sociedade para que esse candidato exista. Isso é algo inédito no processo eleitoral brasileiro”, avalia o dirigente partidário.
Roberto Freire afirmou que outros candidatos que debatem a questão “da desigualdade, da pobreza e da miséria” podem crescer com mais força nos próximos períodos.
“Pode ter ainda um crescimento maior pelo desemprego estrutural em uma sociedade não preparada para essa nova forma de trabalho, as novas relações. Se a gente não resolvia no analógico, imagina resolver no digital”, continuou.
Ele disse, ainda, em entrevista ao Yahoo!, que os grupos de Bolsonaro e de Lula “não têm a compreensão desta mudança”.
O ex-senador comentou a candidatura do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que se confronta com as candidaturas de Bolsonaro e Lula.
“Moro rompe com essa polarização e gera um novo polo, que é o polo do moralismo, do lavajatismo. E ele por si só já entra em confronto muito mais duro com Lula. Mas entra também em choque com Bolsonaro, já que foi ministro e saiu como traidor para essa bolha. Mas não sei se é capaz de se transformar em um polo capaz de derrotar a ambos ou a um deles, por conta de sua rejeição”, disse.
No caso do PSDB, que está fazendo eleições prévias para decidir o seu candidato em 2022, Freire declarou que dali sairá “um pré-candidato com certa força e poder de atração. Não é nem pelo tamanho do PSDB hoje, mas porque o partido tem um quadro capaz de ter um projeto de governo para o país. Coisa que outros partidos nunca tiveram”.
A disputa está entre os governadores de São Paulo, João Doria, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio.
Freire falou ainda que a fusão do DEM com o PSL, formando o União Brasil, permitirá ao partido, por conta do “fundo eleitoral incomparavelmente maior que todos os outros partidos”, “a ideia de participar do processo da sucessão presidencial com muito mais força”.
O presidente do Cidadania adiantou que está discutindo com o PV a formação de uma Federação Partidária, cujo projeto de lei já foi sancionado.