O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que a desestruturação do financiamento e do papel dos sindicatos promovido pela reforma trabalhista foi um erro e defendeu que a organização sindical é fundamental para a defesa não só do trabalhador, mas da democracia.
“A primeira coisa que Hitler fez na Alemanha foi suprimir os sindicatos, se tirou a força dos trabalhadores. De fato, eu acho que a gente foi longe demais! O sindicato é uma estrutura fundamental para a defesa do trabalhador e para a defesa da democracia”, disse Maia.
As afirmações foram feitas em entrevista ao programa Sua Excelência, O Fato da TV 247, na última quinta-feira (6). Atualmente secretário de Parcerias do Estado de São Paulo, Maia disse que é preciso “construir um modelo onde a gente garanta a sobrevida, a vida e a força para que os sindicatos possam representar bem a sociedade brasileira”.
Afirmou ainda que tentou colocar o tema em discussão nos últimos anos e não foi possível por conta do governo Bolsonaro. “Acho que a questão do financiamento dos sindicatos é de fato um debate relevante. Pode parecer para muitos um debate menor, mas é importante sim a representação”, defendeu Maia.
“Alguns empresários criaram um mito de que o sindicato é um problema e está claro que não é. Acho que num país que vai amadurecendo sua democracia, suas relações – que demos ao longo desses 4 anos alguns passos para trás com Bolsonaro -, mas acho que a partir do próximo ano temos que retomar esse debater, com certeza”, disse Maia ao defender o papel da organização dos trabalhadores para o fortalecimento da democracia.
Já em relação à precarização das relações de trabalho impostas pela nova lei, a opinião de Maia – então presidente da Câmara quando a “reforma” foi aprovada em 2017 – não mudou. Continua mantendo a fé em alguns dogmas, ou melhor, em alguns engodos neoliberais.
Para ele, a reforma continua a ser vista como a “modernização” do trabalho. As promessas de criação de emprego feitas pelo relator do projeto na Câmara, o atual ministro da Integração do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, não se confirmaram. Os 8 milhões de empregos prometidos pela reforma nunca se concretizaram.