Bombardeiros estratégicos russos e chineses realizaram sua primeira missão conjunta no Pacífico na terça-feira (23) sobre águas internacionais e, conforme declaração do ministério da Defesa russo, esse programa prosseguirá “pelo menos até o final de 2019”.
Dois bombardeiros russos Tu-95M e dois chineses Xian H-6 patrulharam uma rota pré-planejada sobre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, “estritamente de acordo com a lei internacional”, informou em comunicado a Defesa russa.
Conforme Moscou, a primeira patrulha conjunta da aviação de longo alcance no Pacífico é parte de um programa que visa aumentar a capacidade das forças aéreas russas e chinesas de trabalhar juntas e que “não visa terceiros países”.
A patrulha conjunta causou alguma apreensão em Seul e Tóquio, que rotineiramente realizam, sob comando dos EUA, operações aéreas e navais no Pacífico. Prática também comum, em outras áreas, como no congestionado Mar Báltico e no Mar Negro, no caso, reunindo europeus e norte-americanos. No Mar da China, Washington repetidamente realiza o que chama de missões pela liberdade de navegação, em conjunto com outros países.
Pelo caráter inédito da patrulha russo-chinesa, não é de surpreender algum grau de reação na estratégica região. No único incidente, a Rússia considerou “não profissional” o comportamento de dois jatos sul-coreanos – um F-15 e um F-16 -, que decolaram para interceptar o curso da patrulha sobre águas internacionais, a 25 quilômetros ao sul das ilhas Dokdo, também chamadas de Takeshima por Tóquio, e disputadas pelas duas nações asiáticas.
Os pilotos sul-coreanos não tentaram se comunicar com as aeronaves russas e chinesas e realizaram manobras consideradas arriscadas.
Moscou reiterou que não procede a alegação sul-coreana de que a patrulha violou sua zona aérea de identificação (Kadiz), já que tal zona não é apoiada por nenhuma norma internacional e não é reconhecida pela Rússia, o que já foi seguidamente comunicado ao lado sul-coreano através de vários canais, e que nenhum espaço aéreo de um terceiro país foi violado.
Na sua resposta a Seul, a China lembrou que a autodenominada “zona aérea de identificação” não é a mesma coisa que o espaço aéreo internacionalmente reconhecido da Coreia do Sul e, portanto, não está fora de limites para aeronaves de outros países.