
“O objetivo dos Estados Unidos é manter os terroristas na Síria”, denunciou o representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia
Em sua intervenção, na sessão do dia 31, acrescentou o que “querem é preservar a presença dos terroristas em Idlib para usá-los como instrumento contra as legítimas autoridades sírias”.
ACUSAÇÕES MENTIROSAS
Segundo Nebenzia, para isso disseminam acusações mentirosas de que, no combate aos terroristas que permanecem encrustados no último território sírio ainda não totalmente liberado, a província de Idlib, civis estão morrendo devido a ataques russos e do exército sírio.
“Assim é sempre que um enclave terrorista está para ser erradicado. Foi assim na luta pela libertação da Alepo Oriental e também na libertação da Ghouta Oriental”, afirmou o representante russo.
“O que deveria preocupar este Conselho é a intensa atividade dos terroristas do bando “Hayat Tahrir al-Sham”, que atacam a população civil e a faz vítima de provocações criminosas. Chamo a atenção de que estes mercenários estão elevando sua capacidade militar, através da chegada de meios estrangeiros, isto é, aeronaves e lançadores de foguetes”.
Nebenzia citou como exemplo as denúncias divulgadas pelo chamado Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede na Inglaterra, citando os desqualificados Capacetes Brancos, de que, no dia 22, aviões da Força Aérea da Rússia bombardearam as proximidades do mercado Al Khal, na cidade de Maaret al-Numan, em Idlib, deixando dezenas de civis mortos.
Nebenzia apresentou fotografias de satélites do mercado e afirmou: “Como pode ser visto nestes quadros, o mercado alegadamente destruído permanece intacto e funcionando como de costume”.
“É lamentável que representantes de alguns países, mais uma vez, acatem mentiras espalhadas pelos terroristas, acreditem em suas falsificações e informações não verificadas para seguir com acusações sem substância”, acrescentou.
O representante russo informou ainda que “a verdade é o inverso. Tais terroristas apoiados pelos Estados Unidos além de amedrontarem a população de Idlib, usam a infraestrutura local, incluindo unidades médicas, para fins militares e fazem de pessoas pacíficas escudos humanos”.
PRESENÇA ILEGAL DOS EUA
Uma outra questão levantada pelo representante russo foi “a persistente presença ilegal norte-americana na região próxima ao rio Eufrates sob o pretexto de combate ao terrorismo. Em primeiro lugar, isto está em contradição direta com o proclamado respeito pela soberania e integridade territorial da Síria”.
Ao contrário das regiões sob o controle da autoridade Síria reconstruídas ou em fase de reconstrução, “a região de Al Tanf, próxima do Eufrates – ilegalmente ocupada pelos Estados Unidos – permanece em ruínas, falta fornecimento de energia e água potável e os habitantes não têm acesso a assistência médica”.
“O dinheiro para estas operações é obtido com a participação norte-americana no roubo de petróleo e seu contrabando na região onde ocupam ”
“É também muito grave a informação de preparativos para transportar formações paramilitares para as áreas de Suwayda, Palmyra e Abu Kamal.
“Da nossa parte, continuamos a trabalhar em conjunto com a Turquia no quadro do memorando de Sochi de 17 de setembro de 2018. Instamos a todos os integrantes deste Conselho a não minarem nossos esforços com criação de cobertura política para terroristas e suas provocações”.
SABOTAGEM À ESTABILIZAÇÃO
Nebenzia esclareceu que seu informe à ONU teve por base um relatório da Diretoria Operacional do Estado Maior Russo, apresentado um dia antes pelo coronel-general Serguei Rudskoi.
De acordo com Rudskoi, na zona de 55 quilômetros ao redor da base ilegal norte-americana, na cidade síria de Al-Tanf, os instrutores do Pentágono treinam cerca de 2.700 membros do grupo armado Magavir a Thaura.
Além disso, Rudskoi informou que “à região próxima ao rio Eufrates, são transportados os extremistas fanáticos por helicópteros da força aérea dos EUA.
“Nesta região, os Estados Unidos mantêm um fornecimento permanente de armamentos para os bandos extremistas, na busca de criar situações de desestabilização, disse Rudskoi.
ASSALTO
“O dinheiro para estas operações é obtido com a participação norte-americana no roubo de petróleo e seu contrabando na região onde ocupam ”, acrescentou o general russo.
A estimativa russa é de que perto de 3.500 norte-americanos acompanhem as estruturas privadas envolvidas na extração ilegal e venda de hidrocarbonetos nas instalações sírias de Kanako, El-Omar e Tanak.
Com base no informe do Estado Maior da Federação Russa, o diplomata Nebenzia finalizou denunciando que os bandos de sabotadores apoiados por Washington realizaram cerca de 300 ataques em junho e julho, com um saldo de 225 soldados e 65 civis.
NATHANIEL BRAIA