Cinco infratores ambientais participaram de uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, no último dia 6 de novembro
Uma reunião realizada em Brasília entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles juntamente a cinco infratores ambientais, no dia 6 de novembro, resultou com que o governo federal suspendesse a fiscalização dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo, de 4 de dezembro, entre os infratores que participaram da reunião com o ministro estão o autor de uma ameaça de morte contra um servidor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), um ex-procurador-geral de Justiça do Acre acusado de abrir uma estrada ilegal dentro da Resex, um condenado por desmatamento e uma fazendeira com um haras em uma unidade de conservação criada para atender a seringueiros.
A determinação da suspensão da fiscalização da Resex Chico Mendes foi realizada pelo governo federal no encontro intermediado pela bancada do Acre.
A reserva é a segunda unidade de conservação mais devastada neste ano. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), somente neste ano, a Resex já perdeu 74,5 km2 de floresta, um aumento de 203% em relação ao mesmo período do ano passado.
AMEAÇA DE MORTE
O grileiro Rodrigo Oliveira Santos, presente na reunião, ameaçou de morte em 2013 um servidor do ICMbio no Acre que o multou por desmatamento de 69 hectares dentro da Resex. Em julho do ano passado ele foi preso por ter sido flagrado abrindo um ramal (estrada de terra) ilegal dentro da Resex.
FINANCIAMENTO
O ramal estaria sendo financiado pelo ex-procurador-geral do Acre e advogado Jorgenei da Silva Ribeiro, que também estava presente na reunião em Brasília. Em setembro deste ano, ele foi denunciado pelo MPF à Justiça Federal pelo desmatamento de 71,5 hectares para a abertura da estrada.
É fácil de visualizar o total interesse econômico na área onde deveria estar sendo preservada. Após suspender a fiscalização, o crime ambiental continua, com a tendência de crescer ainda mais.