
Em setembro, saída líquida somou R$ 5,83 bilhões
O movimento de depósitos e saques nas cadernetas de poupança, no mês de setembro, teve um resultado líquido negativo, com os saques superando os depósitos em R$ 5,83 bilhões. Foi o terceiro mês seguido de retiradas e, no ano, apenas no mês de junho os depósitos superaram os saques.
Os saques somaram R$ 311,988 bilhões, enquanto os depósitos ficaram em R$ 306,152 bilhões. Conforme relatório divulgado pelo Banco Central (BC) na sexta-feira (6).
O saldo total da poupança no país era de R$ 968,3 bilhões no fim de setembro, ante R$ 969,12 bilhões em agosto.
De janeiro a setembro, os saques superaram os depósitos da poupança em R$ 86,12 bilhões. Foi o segundo maior valor de saída líquida de recursos, para o período, desde 1995, início da série histórica do BC. Em 2022, doze meses, a poupança registrou mais saques que depósitos, em um valor recorde de R$ 103,24 bilhões.
As dificuldades de fechar as contas do mês têm obrigado as famílias a recorrem às suas poupanças para não ficarem inadimplentes. Mas como a inadimplência está em um nível assustador atingindo 70% das famílias, é possível pensar que o dinheiro da poupança não está sendo suficiente.
Além disso, é necessária uma verdadeira ginástica para administrar os empréstimos, a juros alucinados dos cartões de crédito, indo a mais 400% ao ano, sustentados pela taxa Selic de 12,75% ao ano, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), com Campos Neto presidente, à frente do colegiado. De agosto de 2022 a 2% ao ano até o atual percentual a Selic teve uma variação brutal de 537%.
Outro indicativo dessa situação é que o saldo total das cadernetas está estacionado no patamar dos R$ 950 bilhões desde julho de 2022.
Tudo isso por que voces sabem que o povo brasileiro recebe baixos salarios e precisam saquar suas reservas de dinheiro para sobreviver.
Realmente, nós sabemos. Mas a matéria não é porque nós sabemos, e sim porque é um fato que está acontecendo agora – o recurso à poupança é sinal de pouco dinheiro no bolso.