Ele falou no lançamento de sua campanha. Referiu-se às fake news do governo sobre as igrejas e disse que Bolsonaro mente para os evangélicos. Ele prometeu voltar depois de eleito para anunciar o reajuste da tabela do imposto de renda. Bolsonaro se elegeu prometendo que faria esse reajuste e não o fez
O ex-presidente foi recepcionado pelos trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, presidido por Lula na década de 80. Além do ex-presidente, participaram do ato os candidatos da coligação ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e ao Senado pelo mesmo Estado, Márcio França (PSB), e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
No discurso, o candidato à Presidência afirmou que deve tudo o que aprendeu na vida e na política aos metalúrgicos do ABC. “Resolvi fazer o lançamento da candidatura na porta de fábrica no ABC porque foi aqui que tudo aconteceu na minha vida. Foi aqui que eu aprendi a ser gente, adquiri consciência política, e foi por causa de vocês que eu acho que fui um bom presidente da República”, disse.
Ex-presidente foi duro nas críticas ao governo Bolsonaro. Destacou que muitos metalúrgicos estão indo para o trabalho e encontrando pessoas dormindo na rua, sem moradia, sem ter o que comer. “Antes tínhamos 40 mil trabalhadores nesta fábrica, hoje são 7,9 mil”, apontou Lula. “O país está perdendo suas indústrias”, denunciou.
“Muitas crianças estão indo dormir sem ter direito a um pão com manteiga ou um copo de leite”, denunciou. “São 33 milhões de pessoas sem ter o que comer. Não é possível que um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o maior produtor de carne tenha mulheres disputando osso nos açougues”, prosseguiu Lula.
O ex-presidente afirmou ainda que quer voltar ao Palácio do Planalto para que o país “volte a ser respeitado no mundo”, e disse que sua campanha não terá “mentiras, nem fake news”. Ele lembrou que Bolsonaro está tentando enganar o povo com as medidas de ajuda, que a oposição já defendia antes. Ele destacou que é só até as eleições. “Mas”, afirmou Lula, “eu tenho dito, se aparecer dinheiro na sua conta, pegue, porque senão o Bolsonaro toma.”
Lula disse que faz questão de comparecer novamente à fábrica depois de eleito para anunciar medidas a favor da classe trabalhadora. E disse que, se eleito, a primeira medida será reajustar a tabela do Imposto de Renda. Bolsonaro prometeu e não reajustou a tabela do imposto de renda, prejudicando milhões de trabalhadores. O ex-presidente afirmou que Bolsonaro é “fajuto”. “Ele mente para os evangélicos e se aproveita da boa fé das pessoas”, denunciou.
“Se tem alguém que é dominado pelo demônio, é esse Bolsonaro. Quero dizer a você, presidente genocida. A gente não quer um governo que distribua armas, a gente quer um governo que distribua livros. A gente não quer um governo que alimente o ódio, mas o amor. Você não derramou uma lágrima para as 680 mil pessoas que morreram de Covid-19. Você foi negacionista, não acreditou na Ciência, na Medicina, nos governadores, mas acreditou na sua mentira”, disse Lula.
A deputada Glesi Hoffmann, presidente nacional do PT, saudou os trabalhadores, responsabilizou o governo Bolsonaro pela destruição das indústrias do país e apontou Lula como “o homem certo para consertar o Brasil”.
O ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado, denunciou que os trabalhadores não estão conseguindo garantir o sustento de suas famílias por conta dos preços altos e da inflação. Ele disse que boa parte dos que não trabalham mais na Volkswagen devem estar nas ruas sem conseguir manter suas moradias. “Estamos com Lula porque o Brasil precisa dele e de nós para retomar o desenvolvimento”, disse.
O ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo, resgatou a história do sindicalismo de São Bernardo e afirmou que os metalúrgicos ofereceram Lula ao Brasil. Haddad lembrou as prisões de Lula e disse que ele saiu da prisão para voltar ao Palácio do Planalto.