
Tudo em prol do fiscal, declarou Dario Durigan
O Ministério da Fazenda promete anunciar, ainda na próxima semana, bloqueio de gastos e contingenciamento em custeio e investimentos no Orçamento, em um movimento destinado a acalmar o “mercado” financeiro, segundo o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan.
“Vamos fazer ambos, bloqueio e contingenciamento, na medida em que for necessário, no primeiro relatório bimestral do ano. Isso dá uma sinalização de que o manejo da execução orçamentária vai ser sem sustos para o mercado”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, em entrevista ao Estadão em Nova Iorque (EUA).
Segundo o secretário do Ministério de Fernando Haddad, os números definitivos serão consolidados até o final desta semana. No entanto, o mercado financeiro, por meio de seus porta-vozes da mídia, já pressiona por um corte entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.
“Será feito tudo em prol de proteger o fiscal e seguir na consolidação que estamos fazendo”, reforçou o secretário.
O primeiro relatório bimestral de avaliação de Receitas e Despesas do governo está previsto para ser divulgado no dia 22 de maio. Tradicionalmente, o documento é publicado em março, mas, neste ano, o calendário foi impactado pelo atraso na votação do Orçamento Geral da União para 2025.
Enquanto as verbas de investimentos em áreas como saúde, educação e segurança voltam a ser alvo de possíveis cortes, o gasto com os juros da dívida pública segue sem restrições orçamentárias e em trajetória ascendente, por conta do novo ciclo de alta da taxa (Selic), iniciado em setembro de 2024 pelo Banco Central (BC), quando a taxa estava em 10,5%. Hoje a Selic está em 14,75% contribuindo para esse aumento.
Apenas em março deste ano, o setor público (União, Estados/municípios e estatais) gastou R$ 75,2 bilhões com o pagamento dos juros da dívida pública, segundo números do próprio BC. Com isto, a transferência de renda de toda a população brasileira – via pagamento de juros da dívida – aos bancos e rentistas ficou em R$ 935,0 bilhões (7,80% do PIB) no acumulado em doze meses até março deste ano.
“Proteger o Fiscal”, mais uma farsa, uma hipocrisia. Que é o Fiscal? São os 70 milhões de brasileiros endividados pelas perdas salariais, anos seguidos e por uma taxa de juros praticada pelos bancos nos cheques especiais e nos parcelamentos? O FISCAL são as centenas de hospitais do SUS, que recebem um pagamento, há anos, defasado de reajusto, pelo menos pela inflação? As escolas públicas, as Universidades, bolsistas, serviços de saúde, segurança pública, as FFAA, e outros setores, que sofrem cortes em seus custeios? A limitação nos aumentos do salário mínimo, penalizando o consumo e, com isto, o comércio, e consequentemente a indústria de bens e os serviços? Proteger o FISCAL, na verdade, é proteger e garantir a entrada de astronômica quantia de dinheiro nos cofres dos banqueiros, fundos especulativos e rentistas em geral – uma casta que parasita o resto da sociedade. O FISCAL protegido é este – em um ano (2024), R$ 1,0 trilhão, queimados nos cofres já recheados. Esse FISCAL protegido é mais um bode colocado na sala, para distrair os incautos e os incautados com esses fogos de artifício, para obscurecer o grande assalto perpetrado pela quadrilha de banqueiros, rentistas, multinacionais e monopólios estrangeiros e nacionais – o tal mercado, capitaneados pelo Banco Central dos Rentistas e pelos seus agentes infiltrados no ministério da Fazenda – um R$ 1,0 trilhão por ano só a título de juros, direto do Tesouro para os cofres destes parasitas. E não sai uma vírgula sobre isto no Uol, no G1, na GNews, Folha, Estadão, Band, JP, e outras relações públicas do Capital Financeiro!